31 de agosto de 2008

Aula de português


A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender.

A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?

Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, seqüestram-me.

Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério.

Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond

Minha pequena contribuição para blogagem coletiva vem da inspiração do professor.
O Português é uma lingua viva, constantemente se transforma pra atender a necessidade das pessoas. A linguagem adequada é importante quando a gente quer se comunicar. Quando escrevemos, devemos estar atentos ao tipo de público que estamos dedicando nossos textos. Escolhemos a forma de escrever de acordo com quem vai receber nossa mensagem. Falamos e queremos ser compreendidos. Eu gosto de escrever, principalmente falando sobre pensamentos e sentimentos. A adequação gramatical é muito importante. Porém, o mais importante, na minha opinião, é a mensagem chegar à mente e ao coração de quem lê.
Um grande abraço e feliz Dia do Blog!

30 de agosto de 2008

O primeiro prêmio a gente nunca esquece!


Com muita alegria venho agradecer ao amigo Oscar Luiz pela generosa indicação para o Prêmio Dardos. Recebi diretamente do blog Flainando na Web.

O mais legal é que acredito que mereço esta indicação.
Quer dizer: Não tenho a menor modéstia!
Com o Prêmio Dardos se reconhecem os valores que cada blogueiro mostra cada dia em seu empenho por transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. Que em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras.

O Prêmio Dardos tem certas regras:
1. Aceitar exibir a distinta imagem
2. Linkar o blog do qual recebeu o prêmio
3. Escolher quinze 15 blogs para entregar o Prêmio Dardos
Então eu aproveito para cumprir as regras e o repassá-lo com carinho para:
Maternidade do Texto
Eta! Tarefa difícil! Como sou rebelde sem causa, deixo a indicação dos outros 10 blogs para os próximos posts. Vou ter muito assunto pra escrever nesta semana!

24 de agosto de 2008

Fui reprovada no teste de esforço!

Demorei pra escrever, eu sei. Ainda estou sob um grande impacto. Essa semana fiz um check-up, queria voltar a fazer exercícios físicos depois de longo tempo de sedentarismo. Tenho levado a sério as recomendações, já não sou uma menininha, quem diria! Já passei dos 40!
Pois é! Recebi más notícias. Durante o teste ergométrico minha pressão sanguínea subiu demais, caminhando na esteira chegou a 23 por 10 em poucos minutos. Foi um grande susto, não acreditei no médico. Eu não senti nada, nem estava começando a ficar cansada. O cardiologista disse que preciso perder peso antes de poder começar a fazer exercícios com regularidade. Só que não sei como perder peso sem fazer algum exercício...
Estou diante de um grande desafio, meu corpo estava enviando uma série de pequenas mensagens que eu não podia ouvir. Já lutei por grandes e pequenas causas, já me empenhei, muitas vezes perdi e tive que recomeçar. Superei grandes decepções, sobrevivi a traumas e abusos morais. Estou aqui, mal consegui organizar minha vida pessoal, reconquistar a amizade das minhas filhas e convalescendo a uma depressão. Todas as outras questões ficaram menores, menos importantes. Terei que começar nova batalha pela saúde, pela qualidade de vida.

16 de agosto de 2008

Linguagem corporal

Se falasse, o quê meu corpo diria?
Não quero falar, muito menos ouvir.
Poderia aceitar o que meu corpo dissesse?
Será preciso meu corpo gritar?

Azia subindo e dizendo que não posso mais engolir?
Cabeça pulsando e parecendo que vai explodir?
Não posso mais suportar essa falta de amor ...
Angústia dizendo que não consigo...
O peito apertado gemendo ...
Parece que vou gritar!
Não consigo pensar!

Querido corpo, eu te ouço!
Pode falar devagarzinho.
Prometo te considerar.
Me leva pra dançar!
Não grita comigo!
Abraça carinhoso.
Posso te escutar.
Respeitar!
Aprender!
Amar!

13 de agosto de 2008

Vem cá, Luiza

Gosto de pensar que o poeta estava muito inspirado quando escreveu esta composição pra mim, só pra mim...
Cada um dos elementos da música me encantam e me pertencem.
Como poderia me conhecer assim tão bem?
Na verdade, o meu desejo, era conhecer alguém
que me percebesse e me quisesse apesar dos meus defeitos ...
Não quero ser perfeita, nunca tive esta esperança.
Nunca senti medo de errar e nem de reconhecer minhas falhas.
Acho que este é um dos meus problemas, sou muito crítica, rigorosa.
Quase nunca consigo me perdoar.
Guardo mágoas e dores.
Vivo presa num armadilha de arrependimento e auto-punição.
Quero encontrar minha própria redenção.
Reparar meus erros, cicatrizar as feridas.
Quero abrir meu coração,
Me sentir livre pra amar e ser amada.

"Acorda amor
Que eu sei que embaixo desta neve mora um coração!"

Tom Jobim escreveu esta canção em 1981.
Ele nunca me conheceu, nunca me amou.
Mas eu gosto de ouvir suas canções e sonhar que escreveu somente pra mim.
Eu posso acreditar!
Posso sonhar!
Eu posso!

Luiza


Rua,
Espada nua
Boia no céu imensa e amarela
Tão redonda a lua
Como flutua
Vem navegando o azul do firmamento
E no silêncio lento
Um trovador, cheio de estrelas
Escuta agora a canção que eu fiz
Pra te esquecer Luiza
Eu sou apenas um pobre amador
Apaixonado
Um aprendiz do teu amor
Acorda amor
Que eu sei que embaixo desta neve mora um coração

Vem cá, Luiza
Me dá tua mão
O teu desejo é sempre o meu desejo
Vem, me exorciza
Dá-me tua boca
E a rosa louca
Vem me dar um beijo
E um raio de sol
Nos teus cabelos
Como um brilhante que partindo a luz
Explode em sete cores
Revelando então os sete mil amores
Que eu guardei somente pra te dar Luiza
Luiza
Luiza...

Antonio Carlos Jobim explica a origem da composição - "Ana Luíza foi uma moça bonita que apareceu no Antonio's, num dia que estava chovendo. Ela correu para aquela varandinha do Antonio's. Era uma moça alta, grande, uma grande moça e uma moça grande. Estavam lá Chico Buarque, Carlinhos de Oliveira, uma quadrilha imensa. Chico começou a falar com aquele riso dele, aquelas palavras incríveis e depois a chuva passou e ela foi embora. E ficou o nome. Depois aconteceu que me casei com Ana e mais tarde nasceu minha filha Luíza. E eu fiz uma canção premonitória, aquela "Luíza", boa canção, canção forte. Já me perguntaram se a canção foi feita para ela. Foi feita na casa da Rua Peri, aqui embaixo, a uns 300 metros, e depois Luíza nasceu já aqui na casa da Rua Sara Vilela."

7 de agosto de 2008

A vida é dura pra quem é mole!

Minha amiga Grace Olson citou esta frase de Charlie Chaplin e eu concordo plenamente.

A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.


Bom dia e Bom humor para todos!

4 de agosto de 2008

Muito prazer em conhecê-la!

Em meus dias prazerosos de férias em Belo Horizonte, uma graciosa surpresa me ocorreu. Quando menos esperava, enquanto passeava em busca de novas leituras, próximo a livraria da travessa, quem tive o imenso prazer em conhecer?

Henriqueta Lisboa (1901-1985), poeta mineira considerada pela crítica um dos grandes nomes da lírica modernista, dedicou-se à poesia, ensaios e traduções. Foi a primeira mulher eleita para a Academia Mineira de Letras em 1963. Em 1984, recebeu o Prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras pelo conjunto de sua obra. Poeta sensível, dedicou sua vida à poesia. Sobre sua poesia, Drummond nos deixou o seguinte testemunho: “Não haverá, em nosso acervo poético, instantes mais altos do que os atingidos por este tímido e esquivo poeta.”

Para conhecer melhor e ler algumas das suas poesias podemos visitar a página construída pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFGM: http://www.letras.ufmg.br/henriquetalisboa/


Prisioneira da Noite

Eu sou a prisioneira da noite.
A noite envolveu-me nos seus liames, nos seus musgos,
as estrelas atiraram-me poeira nas pestanas,
os dedos do luar partiram-me os fios do pensamento,
os ventos marinhos fecharam-se ao redor da minha cintura.

Quero os caminhos da madrugada e estou presa,
quero fugir aos braços da noite e estou perdida.
Onde fica a distância? Dizei-me ó Peregrinos,
onde fica a distância da qual me chegam misteriosos apelos?
Alguém me espera, alguém me esperará para sempre,
porque sou a prisioneira da noite.

[...]
Oh! Quem me ensina os caminhos da madrugada?
Porque não se acendem agora, sim, os candelabros das igrejas?
Porque não se iluminam as casas onde há noivos felizes?
Porque de tantas estrelas do céu ao menos uma não se desprende
para vir pousar no meu ombro como um sinal de esperança?
Tenho um encontro marcado há longo, longo tempo ...
Mas não chegarei porque sou a prisioneira da noite.

LISBOA, Henriqueta. Prisioneira da noite. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1941.