29 de outubro de 2008

Obrigada Lulu


Nesta semana assisti ao show de Lulu Santos aqui em Brasília. Um milagre aconteceu.
Cantei, sorri, gritei e dancei muito.
Encontrei dentro de mim uma energia que parecia não existir.
Durante os preparativos antes do evento, fiquei naturalmente ansiosa, preocupada. As colegas insistiram. "Vamos lá! Será uma oportunidade única!"
Ainda bem que não resisti muito.
Esqueci timidez, vergonha e tudo mais.
Valeu a pena! Liberei geral.
Exorcizei todos os monstros e fantasmas. Nem preciso dizer que me senti com 20 anos novamente, se bem que naquela época eu só curtia as músicas pelo rádio enquanto corria de um emprego pro outro. Nunca tinha assistido um show e sentido a energia deste artista assim tão perto.
Lulu conseguiu reanimar a juventude em mim.
Quem diria? Pressão alta? Cansaço? Onde? Quando? Não me reconheci.
Parece que os exercícios físicos e a dieta já estão fazendo efeito.
Quero mais, muito mais, qualidade de vida, saúde e força pra sacudir a poeira e dar a volta por cima.

Toda Forma de Amor/Um Certo Alguém/O Último Romântico

Eu não pedi pra nascer
Eu não nasci pra perder
Nem vou sobrar de vitima
das circunstâncias
Eu tô plugado na vida
Eu tô curando a ferida
Às vezes eu me sinto
uma bala perdida

Você é bem como eu
Conhece o que é ser assim
Só que dessa história
ninguém sabe o fim
Você não leva pra casa
e só faz o que quer
Eu sou um homem
e diz você qual é?

E a gente vive junto
E a gente se dá bem
Não desejamos mal a quase ninguém
E a gente vai à luta
E conhece a dor
Consideramos justa
Toda forma de amor

Quis evitar teus olhos
Mas não pude reagir
Fico à vontade então
Acho que é bobagem
A mania de fingir
Negando a intenção

E quando um certo alguém
Cruzou o teu caminho
Te mudou a direção

Chego a ficar sem jeito
Mas não deixo de seguir
A tua aparição

E quando um certo alguém
Desperta o sentimento
É melhor não resistir
E se entregar

Me dê a mão
vem ser a minha estrela
Complicação
tão fácil de entender
Vamos dançar
luzir a madrugada
Inspiração
pra tudo que eu viver
Que eu viver, uoh, uoh

E quando um certo alguém
Desperta o sentimento
É melhor não resistir
E se entregar

Faltava abandonar a velha escola
Tomar o mundo feito Coca-Cola
Fazer da minha vida
Sempre o meu passeio público
E ao mesmo tempo fazer dela
O meu caminho só, único

Talvez eu seja o último romântico
Dos litorais deste Oceano Atlântico
Só falta reunir a Zona Norte à Zona Sul
Iluminar a vida
Já que a morte cai do azul

Só falta te querer
Te ganhar e te perder
Falta eu acordar
Ser gente grande pra poder chorar

Me dá um beijo, então
Aperta a minha mão
Tolice é viver a vida assim
Sem aventura
Deixa ser
Pelo coração
Se é loucura então
Melhor não ter razão

Me dá um beijo, então
Aperta a minha mão
Tolice é viver a vida assim
Sem aventura
Deixa ser
Pelo coração
Se é loucura então
Melhor não ter razão.

22 de outubro de 2008

Sabedoria Indígena

Uma noite, um velho índio contou ao seu neto sobre a guerra que acontece dentro das pessoas.
Ele disse: "A batalha é entre dois 'lobos' que vivem dentro de todos nós". Um é Mau. É a raiva, inveja, ciúme, tristeza, desgosto, cobiça, arrogância, pena de si mesmo, culpa, ressentimento, inferioridade, mentiras, orgulho falso, superioridade e ego. O outro é Bom. É alegria, fraternidade, Paz, esperança, serenidade, humildade, bondade, benevolência, empatia, generosidade, verdade, compaixão e fé.
O neto pensou nessa luta e perguntou ao avô:
- Qual lobo vence?
O velho índio respondeu:
- Aquele que você alimenta!

21 de outubro de 2008

Ninguém é perfeito

Bem que eu queria ter sido bailarina.
E também astronauta, bombeira, policial, atriz....
Aquele sonho de perfeição da infância.
Seguir o exemplo dos heróis, fazer tudo certo.
Doce ilusão, pouco tempo depois a gente descobre que todos são falíveis e humanos.
Decepção, nostalgia, desânimo, fraquezas; estamos todos sujeitos ao erro.
Quem me dera conseguisse reconhecer e corrigir meus erros.
Ainda me surpreendo tentando, insistindo, errando e aprendendo.

Sonhando com dias melhores...
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Ciranda da Bailarina

Composição: Edu Lobo/Chico Buarque

Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga,
tem ameba
Só a bailarina que não tem
E não tem coceira
Berruga nem frieira
Nem falta de maneira ela não tem
Futucando bem
Todo mundo tem piolho
Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem
um irmão meio zarolho
Só a bailarina que não tem
Nem unha encardida
Nem dente com comida
Nem casca de ferida ela não tem
Não livra ninguém
Todo mundo tem remela
Quando acorda às seis da matina
Teve escarlatina
ou tem febre amarela
Só a bailarina que não tem
Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem
Confessando bem
Todo mundo faz pecado
Logo assim que a missa termina
Todo mundo tem
um primeiro namorado
Só a bailarina que não tem
Sujo atrás da orelha
Bigode de groselha
Calcinha um pouco velha
Ela não tem
O padre também
Pode até ficar vermelho
Se o vento levanta a batina
Reparando bem,
todo mundo tem pentelho
Só a bailarina que não tem
Sala sem mobília
Goteira na vasilha
Problema na família
Quem não tem
Procurando bem
Todo mundo tem


Chico Buarque - Ciranda da bailarina

15 de outubro de 2008

O tempo não pára

Composição: Cazuza e Arnaldo Brandão

Disparo contra o sol
Sou forte, sou por acaso
Minha metralhadora cheia de mágoas
Eu sou o cara
Cansado de correr
Na direção contrária
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
Eu sou mais um cara

Mas se você achar
Que eu tô derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, o tempo não pára

Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta

A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára

Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára, não, não pára

Eu não tenho data pra comemorar
Às vezes os meus dias são de par em par
Procurando agulha no palheiro
Nas noites de frio é melhor nem nascer
Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer
E assim nos tornamos brasileiros
Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Transformam o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro

A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára

Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára, não, não pára

© Warner Chappell / Editora GPA

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LEVANDO A VIDA NA ARTE


No início dos anos 80, um garoto dourado do sol de Ipanema surpreendeu o cenário musical brasileiro. À frente de uma banda de rock cheia de garra, o Barão Vermelho, começou a dar voz aos impulsos de uma juventude ávida de novidades. Ele, Cazuza, era a grande novidade.
O Brasil saía de um longo ciclo ditatorial e vivia um clima de democracia ainda incipiente, mas suficiente para liberar as energias contidas. Cazuza desempenhou um papel importante nesse processo. E quando as misérias e mazelas nacionais foram se desnudando, ele respondeu sem meias palavras.
A expressão de sua repulsa diante desse quadro só pode ser comparada à coragem com que lutou por sua vida, no enfrentamento público da AIDS. Lições de indignação e de dignidade; de como levar a vida na arte e "ser artista no nosso convívio".
No pouco que viveu, Cazuza deixou uma obra para ficar. Bebeu na fonte da tradição viva da MPB para recriar, num português atual e espontâneo, cheio de gírias, e num estilo marcadamente pessoal, a poesia típica do rock. Com justiça, foi chamado de o poeta da sua geração.

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A Sociedade Viva Cazuza iniciou suas atividades em 1990, quando Lucinha Araújo e João Araújo, pais de Cazuza, amigos e médicos decidiram dar continuidade à sua luta contra o HIV/AIDS.
Possui a missão de dar assistência a crianças carentes portadoras do vírus da aids, assistência social a pacientes adultos em tratamento na rede pública na cidade do Rio de Janeiro e difundir informações científicas sobre HIV/Aids além de esclarecimento de dúvidas para profissionais de saúde ou leigos.

Conheça o site da Sociedade Viva Cazuza: http://www.vivacazuza.org.br/


Cazuza - O Tempo Não Para - by Pescador

7 de outubro de 2008

Crise ética?

Tive que dizer não e me senti pressionada!
Procuro agir de maneira correta e justa no trabalho, nas compras e em todas as relações sociais. Sou criticada e julgada pois quero respeitar as normas e regulamentos. Tento fazer as coisas "certas" mesmo nas situações adversas. Preciso conservar a minha consciência limpa, pois caso contrário não consigo dormir o "sono dos justos".

Esta semana, vivenciei uma situação em que uma pessoa tentou me forçar a fazer um "favorzinho", utilizou da amizade para conseguir um benefício indevido. Tive que dizer não, e por isso estou aqui repensando meu conceito de ser brasileira e se adoto o "jeitinho brasileiro".


Pesquisei na internet e encontrei muitos pontos de vista e maneiras de entender esta situação.
Posso compartilhar, mas ainda pensarei muito a respeito disso.
Comecei pela Wikipédia.
Jeitinho é uma forma de navegação social tipicamente brasileira, onde o indivíduo utiliza-se de recursos emocionais – apelo e chantagem emocional, laços emocionais e familiares, etc. – para obter favores para si ou para outrem.

O jeitinho caracteriza-se como ferramenta típica de indivíduos de pouca influência social. Em nada se relaciona com um sentimento revolucionário, pois aqui não há o ânimo de se mudar o status quo. O que se busca é obter um rápido favor para si, às escondidas e sem chamar a atenção; por isso, o jeitinho pode ser também definido como "molejo", "jogo de cintura", habilidade de se "dar bem" em uma situação "apertada". Não deve ser confundido, porém, com malandragem, que possui seus próprios fundamentos.
Diversos personagens do imaginário popular brasileiro trazem esta característica. Um dos mais conhecidos é o Pedro Malasartes, de origem portuguesa, profundamente enraizado no folclore popular brasileiro através do livro "Malasaventuras", escrito pelo paulistano Pedro Bandeira. João Grilo, personagem de Ariano Suassuna em O Auto da Compadecida, também carrega em si o jeitinho.

Segundo Willians de Abreu, no Brasil, tudo se resolve com o tal jeitinho brasileiro. Sim, tudo, gambiarras, serviço mau feito, falcatrua, sonegação, a comida do cliente, serviços públicos terceirizados, alvenaria e por diante. É tudo um ‘rolo’ só.


No livro "Dando um jeito no jeitinho", o prof. Lourenço Stelio Rega define jeitinho como uma saída para situações sem saída ou mesmo para uma situação que não se quer enfrentar, além disso, indica que o jeitinho não é só negativo (corrupção, levar vantagem, etc.), ele também tem um lado positivo. O autor demonstra isto indicando três características do jeitinho: inventividade/criatividade, função solidária e o lado conciliador do jeitinho.

OBS.: As fontes das imagens e dos textos estão nos respectivos links
Ricardo Grun - compositor - Jeitinho brasileiro