21 de dezembro de 2008

Ainda não sei o que eu quero da vida...

Caro leitor, boa noite!
Resolvi te escrever.
Estou um pouco confusa e preocupada, gostaria de ter certeza de que não estou perturbando você. Tenho um pressentimento de que tenho sido muito invasiva, não quero atrapalhar ou incomodar. Sinto que você leva uma vida muito ativa e ocupada, não tem tido tempo suficiente para usufruir das alegrias e dos prazeres de estar vivo.
Tenho também trabalho e ocupações, faço artesanato, ajudo minha família. Mas, sempre encontro um tempinho pra mim, principalmente nos últimos meses.
Buscar alguém e te encontrar Leitor tem sido uma experiência muito agradável, mas, tenho medo que se canse de mim antes mesmo de me conhecer.
Digo agora um pouco do que espero da vida:
Quero materializar meu interesse, sentimentos e desejos.
Quero ouvir vozes no meu ouvido, falando palavras de admiração e afeto, utilizando todos os sentidos. Aceito as críticas e sugestões, pois me fazem crescer e me tornar alguém melhor.
Quero saber onde realmente combinamos, quais as nossas semelhanças e diferenças, quero aprender coisas contigo, quero lhe contar histórias e compartilhar lembranças.
Quero participar da sua vida, e sua presença seja constante na minha também.
Quero viver o presente, o agora, o hoje, quero ser feliz hoje, aproveitar cada minuto, segundo de vida, cada respiração e ação. Quero saborear, degustar, provar, beber, sorver toda a alegria de estar viva.
Quero que você saiba o quanto é especial e o quanto pode contribuir para a felicidade das pessoas, mesmo as que estão à quilômetros de distância.
Quero desistir das desilusões do passado e não ficar aguardando ansiosa as possibilidades do futuro.
Quero viver cada dia como se fosse o último, e não me arrepender por não ter tentado ou experimentado a possibilidade de ser.
Quero ser amiga, amante, companheira, secretária, cuidadora, parceira; quero ser amada... Quero pertencer, quero saber que alguém me queira, me procure, me busque e me ache... Quero ser encontrada também, quero ser importante, necessária, integrante, indispensável...
Leitor, espero que não se assuste com meu desabafo, mas saiba que estou aproveitando para atirar fora todos os sentimentos e pensamentos, para que desocupem minha mente e me permitam começar amanhã outro dia, diferente, cheio de esperanças, cheio de desejos e sonhos.
Quero voltar a sonhar, mas preciso dormir para libertar meus pensamentos e sentimentos. Sinto que ainda estou muito presa, acorrentada a velhos tabus e medos do meu passado e venho lutando para conseguir alforria, libertação; gostaria que as mudanças acontecessem rápido, estou sem paciência para esperar, as noites são muito longas, e os dias curtos e corridos.
Às vezes, penso que nem deveria escrever textos cheios de discursos longos e confusos, mas acredito que estou escrevendo, pra mim mesma ouvir, ler, entender, coisas que povoam e correm pela minha cabeça...
Leitor me perdoe! Acho que estou usando você. Não se sinta menos especial e único por isso. Estou lhe confiando minha essência, minhas dúvidas e ilusões, deixando em suas mãos todas as palavras sem nexo que não me deixam adormecer. Lavo o teclado com minhas lágrimas de insegurança e dúvida, não se comova, nem precisa me responder...
Poderia estar escrevendo uma história de ficção cujos personagens pudessem transparecer minhas dúvidas e desilusões, mas não sei ainda como transcrever essas dores e amores para enredos que possam interessar outras pessoas.
Fico aqui pensando em quanto tempo você vai perder, lendo e tentando entender estas palavras perdidas na madrugada...
Espero que tenha bons sonhos e ao amanhecer, iniciar seu dia de trabalho e suor, tenha alguns minutos para pensar em mim como uma história boa que está iniciando assim, meio sem jeito, meio à toa, nesse "chove não molha", nesse bláblablá, e coisa e tal...


Beijos e abraços!
Feliz Natal para todos!