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2 de abril de 2022

Autoamor? Metamorfose?

Autoamor, autoestima, autocuidado parecem palavras tão bonitas! Pena que não cheguei a aprender a porção mais básica "auto".

E eu que sofri alienação, autoabandono, autopiedade, automutilação e sofrimento autoaflingido.

Preciso urgentemente aprender e aplicar autocomáixão, misericórdia comigo mesma e ao que sobrou de meus sonhos falidos e desprezados...

O que eu faço? Por onde começo? Preciso respirar...

Conectar, ouvir, aceitar, acolher... se eu só aprendi a fazer isso pelo outro, como faço agora pra fazer pra dentro? comigo mesma?

Parece que a disciplina que me ajudou a conquistar e superar tantos desafios, fazem falta agora que tanto preciso.

Minha vida de lagarta rastejante e insignificante parecia tão mais fácil... As colegas que rastejavam ao meu lado já estão por aí voando como belas borboletas!

Será que estou atrasada? Será que ainda tenho tempo? Será que vou conseguir? Mas onde quero chegar? Pra onde devo ir? Qual será o plano de vôo e antes disso, como faço pra me libertar dessa carapaça que me prende? Como faço pra sair desse casulo se não sei pra onde posso ir?

Porque não consigo fazer por mim o que fiz tanto pelos outros? O apoio, o incentivo, as palavras afirmativas... Cadê o que eu posso fazer por mim, por que parece tão difícil? 

Porque não consigo ouvir o que tantas vezes eu disse para o outro?

Iniciativa, atitude, superação... Me ajuda a conectar com meu centro, minha sabedoria interior, minha verdade...

Jesus, Deus, universo, me ajuda! Dai-me forças e coragem pra fazer toda a transformação que eu necessito fazer pra sair desse casulo e aprender a voar!

LuelenaDolls

Não sei ...

Quem me dera eu pudesse pensar só em mim mesma e fazer apenas o que eu tivesse vontade...

Nem sei porque preciso viver nesse ritmo tão lento!..

Queria acelerar, andar a passos largos como quando eu caminho, mas preciso respirar, aceitar que meu corpo precisa de cuidados. Já não tenho 20 anos, naquela época eu conseguia impor um ritmo intenso pra conseguir alcançar minhas metas. Caprichava no hiperfoco, não precisava comer e nem dormir, só me esforçar pra atender meus objetivos. 

Consegui! 

Alcancei meus próprios limites, fui além. Realizei sonhos que eu pensava serem meus... Fiquei orgulhosa do meu sucesso e conquistas. 

Mas depois, percebi que "não era bem isso que eu queria" e foi necessário abandonar aquelas divisas e começar novamente do início...

Muitos sonhos realizados depois, quando me encontro cansada e triste, percebo que lutei e venci batalhas que não eram minhas...

As pessoas que foram atendidas pelo meu esforço e sacrifício já não sonhavam aqueles sonhos que consegui realizar e a gratidão não veio. "Você fez aquilo tudo porque quis, eu não pedi nada disso!"

Fracassei tentando ajudar entes queridos a alcamçarem seus sonhos e realizações. Pensei que seria feliz se fizesse exatamente o que me pediam, mas me frustrei ao perceber que as pessoas não sabiam o que queriam.

Gastei tempo, força e energia com a sobrevivência enquanto pensava que estava fazendo o bem. Mas não tinha ninguém fazendo o mesmo por mim.

Agora que acordei do pesadelo aque se tornou minha vida insana e corrida, não sei mais o que fazer? Não me conheço mais, pois não sou a menina que fui e nem me tornei a pessoa que desejava ser.

Tenho frutos pra colher, plantei e trabalhei bastante pra cuidar da minha horta e pomar, mas estou sem energia para transformar os frutos em alimentos e recursos pra minha alma faminta dos afetos que disperdicei com as pessoas que se foram em busca de seus próprios sonhos.

Agora que parei, acordei, abri meus olhos e ouvidos só ouço minha carne rangendo e doendo a falta de cuidados próprios.

Busco ajuda e todos são unânimes em confirmar:

"Cuide-se! Agradeça! Conect-se consigo mesma... " 

Minha mente, corpo e espírito anseiam pelos cuidados que dediquei aos outros!

LuelenaDolls

15 de março de 2022

Hoje eu só quero paz!


Eu nem sei o que eu quero fazer?

Penso às vezes que não quero nada!

Mas na verdade eu só quero paz!

Quero amor e paz!

Eu pensei que tivesse que compartilhar todos os momentos com alguém, mas na verdade percebi que só eu posso ser minha melhor companhia!

Sério!?!

Só eu sei quando quero o silêncio ou a palavra.

Só eu sei qual o momento de ação ou pausa!

Somente eu posso acertar qual a minha música, meu momento, meu instante!

Qual o ritmo? qual a frequência? qual harmonia?

Só eu mesma posso me fazer feliz!

Só preciso sentir meu corpo e atender as minhas verdadeiras necessidades!

Mais rápido! Mais lento? Mais açúcar ou mais sal? Mais sol ou mais vento?

Nem sei porque demorei tanto tempo para virar essa chave e começar a me permitir?

Viver meu melhor momento de cada vez!

Só eu mesma posso me fazer feliz!

@By_Luelena

3 de dezembro de 2021

Minha história educativa 2

Uma história sobre enganos e frustrações...

Eu tinha muita curiosidade e tudo queria saber.

Ficava fascinada enquanto andava pela cidade e olhava em redor, por todo lado via figuras e letras, grandes, pequenas ou coloridas. 

Tinha descoberto o mundo, e fazia questão de demonstrar que sabia decifrar aquele montão de sinais. 

Não existiam mais mistérios para mim, lia revistas, livros e até bulas de remédio. 

Se perguntasse a alguém alguma coisa e não obtinha uma resposta válida buscava enciclopédias e dicionários.

Pensando bem, não me recordo do nome de professores e mestres, porém, lembro bem das dificuldades e desafios que me mantinham sempre em alerta para descobrir  coisas novas. 

Talvez este esquecimento seja um mecanismo protetor para mim ou para aqueles que me provocavam, estimulavam, frustraram ou simplesmente não fizeram diferença na minha ambição de ler e compreender o mundo em que eu vivia.

Mais que ler, o desafio maior era reproduzir aquelas palavras, desenhar as letras, ou escrever o que tivesse vontade de comunicar. 

Minha primeira frustração escolar foi por volta da segunda série primária, estudei em uma escola pequena e simples em que muito pouco eu aprendia de novo, muitos exercícios de ditado e copiar números e letras. 

Preenchia muitas laudas de cadernos quadriculados ou pautados, tinha muita determinação, minha mão e punho doíam, mas eu só parava quando via a tarefa concluída.

Pois bem, tirava boas notas e fazia sucesso na escola, quando aprendi a teoria da relatividade. 

Muito antes de conhecer o famoso Einstein, eu sofri uma grande perda quando meu pai me levou a uma famosa escola católica que por sorte era bem perto de nossa casa. 

Fiz uma prova para ser admitida na terceira série. 

Cheia de alegria, pensei que seria muito fácil, pois eu sabia responder todas as perguntas e resolver todos os exercícios que os professores da minha escola faziam. Ledo engano! 

Quando vi aquelas páginas de prova, repletas de palavras que nunca tinha lido e contas de multiplicar e dividir eu suei, sofri e chorei. 

Todo meu esforço tinha sido em vão. Como eles ousavam fazer aquele tipo de pergunta a uma criança de sete anos? 

Eu nunca tinha visto na minha vida continhas de somar com três números e ainda não tinha decifrado aquele negócio de divisão.

Não fui aprovada, e logo me vi matriculada numa escola municipal, mas nunca me conformei com aquele resultado. 

Esforcei-me e busquei aprender tudo o que podia, lia os livros da orelha à contracapa, adorava aqueles que traziam um glossário ao final. 

Completei a terceira e a quarta série tendo em mente que ainda estudaria naquela escola que ficava vizinha de muro com a minha casa. 

Pedi ao meu pai que me levasse novamente lá para fazer a prova para a quinta série e obtive êxito.

Finalmente fui admitida e finalmente eu assimilei que tudo depende do referencial: na primeira escola eu era ótima, mas não aprendia nada; na segunda escola eu não me limitei ao conteúdo oferecido pelos professores, já não confiava na competência deles.

Naquela escola que era reconhecida pela boa formação, muitos e maiores desafios eu encontrei, e muito mais que isso, professores preparados, material didático e recursos muito interessantes, uma biblioteca incrível, aulas de artes e música. 

Valeu a pena o esforço! 

Descobri porque era necessário fazer prova pra entrar, era por causa da bolsa de estudos, sem essa oportunidade meu pai não poderia me matricular. 

Aproveitei bastante! 

Aprendi, então, que meu pai não tinha podido completar os estudos e sonhava em dar essa oportunidade as suas filhas.

17 de novembro de 2021

Toda história tem um começo

 Minha história laboral.

Comecei o exercício da minha profissão como técnica em enfermagem em 1986 aos 19 anos de idade. Fui chamada pelo concurso para trabalhar na secretaria de saúde aqui em Brasília-DF, no Hospital de Base - HB. No meu primeiro dia de trabalho fui encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva - UTI daquele hospital. 

Hoje esse hospital ainda existe e continua sendo referência na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) para atendimento em politraumas, emergências cardiovasculares, neurocirurgia, cirurgia cardiovascular, atendimento onco-hematológico e transplantes.

Fiquei tão assustada! Não esperava ver e ouvir o que encontrei naquela unidade. No primeiro dia fui acompanhada pela colega de equipe a fazer o banho no leito de um paciente poli traumatizado.

Muitos tubos e aparelhos mantinham a vida daquele indivíduo.... Eu conhecia as técnicas e procedimentos necessários naquele atendimento, mas experiência nenhuma.

Fiz o banho no leito na parte de cima do corpo e foi necessário virar para banhar as costas. Segurei o paciente e minha colega começou a efetuar o banho. Senti um cheiro forte de sangue misturado com suor. Minha vista escureceu...

Acordei no repouso da equipe tomando um café forte e as colegas que me ajudaram após o desmaio rindo de mim. Elas me disseram para não ter vergonha de ter passado mal. Todas elas passaram por uma experiência como aquela. 

Naquele dia eu percebi o extremo da fragilidade do corpo humano. Tive certeza da minha própria fragilidade. Se aquela pessoa dependesse só de mim. Teríamos sofrido sozinhos ali, eu e o paciente.

Aprendi a força que temos quando participamos de uma equipe! No dia seguinte fui capaz de fazer o banho sozinha naquele mesmo paciente e fui capaz de pedir ajuda quando precisei de uma terceira mão.

Aprendi a rezar muito todos os dias. Naquela época eu era espírita kardecista e acreditava que tinha um propósito. Confiei que eu era a pessoa certa na hora certa e consegui ajudar muitas pessoas...

Trabalhei naquele setor durante dois anos. Ganhei experiência e maturidade. Participei de muitos momentos de "passagem" onde a vida física encontra o fim. Ouvi alguns depoimentos e confissões de última hora quando não tinha tempo para chamar o capelão do hospital. Segurei as mãos de filhos e pais que sofriam. Decidi buscar a psicologia para ajudar na escuta e na comunicação daquelas pessoas.

Mas, eu sonhava em ser militar e fui buscar o concurso da Aeronáutica para o "Corpo feminino da reserva da Aeronáutica". Estudei, perdi. Fiz novamente o concurso e saí. Fui pra Belo Horizonte, sobrevivi ao treinamento militar (outro dia conto essa história) e me tornei sargento da Aeronáutica. Fui trabalhar no Hospital da Base Aérea aqui em Brasília.

Perdi minha conexão com a espiritualidade pela primeira vez. Não me adaptei a vida militar, descobri que a hierarquia não era a mesma para todos... Frustrei minhas expectativas...

Já era casada e tive minha primeira filha. Tive que abandonar a psicologia para estudar para concursos pois precisava sair da Aeronáutica e encontrar outra fonte de subsistência. Realizei meu sonho! Mas percebi que já era feliz lá no Hospital de Base e nem sabia.

Passei no concurso da secretaria de saúde e fui chamada novamente. Consegui voltar a trabalhar na UTI do hospital de base. Mas, nunca mais vivi aquela conexão espiritual novamente.

Fico aqui refletindo e procurando compreender o que vivi naquele período. Cuidei dos pacientes, ouvi as dúvidas dos familiares e traduzi a linguagem médica para que todos pudessem conservar sua esperança.  Tentei inutilmente fazer a ponte entre pacientes, familiares e equipe de saúde... Frustrei minhas expectativas novamente...

E essa história continua no próximo episódio. Aguardem!

@by_luelena

5 de novembro de 2021

Minha história educativa

Acho que já protelei muito, vou finalmente contar minha história em partes. Afinal, vivi um desafio em cada momento.

Vocês já sabem que gosto de escrever, mas nunca contei que inserção no mundo das letras e dos signos se iniciou muito cedo. 

Minha mãe teve a adolescência interrompida com minha chegada, e mesmo tendo que abandonar a escola para ajudar a criar seus irmãos menores, ainda acalentava o sonho de continuar seus estudos. 

Meu pai era marinheiro e passava meses em alto mar, minha mãe dividia o tempo entre os cuidados da casa e brincar de bonecas comigo. 

Eu era uma boneca, muito bem penteada, cuidada e vestida; logo me vi participando das brincadeiras em que ela era a professora e eu sua aluna atenta e ativa. 

Um dia ela foi trabalhar de servente em uma pré-escola, e eu fui junto, lógico!

Quanta coisa linda aquelas crianças faziam com papéis, tinta, lápis e canetas...

Eu sempre perguntava muito e finalmente aprendi a ler por volta dos quatro anos e meio, muito antes de ter maturidade suficiente para entender o significado daquelas palavras. 

Lia tudo que via pela frente, rótulos de produtos, cartazes, placas e até os garranchos pichados nos muros da rua. 

Por exemplo, enquanto andávamos de ônibus, minha mãe envergonhada me segurava e falava “Não diga isso em voz alta, filha. É palavrão!” 

Eu inconformada repetia bem alto 

“Não é não! PU–TA, FO–DA, só tem dois pedacinhos. 

Palavrão é PIN-DA-MO-NHAN-GA-BA ou PA-RA-LE-LE-PÍ-PE-DO!”