28 de dezembro de 2006

Fazer o outro feliz...

Nem sempre tenho histórias originais para contar, mas como gosto muito de ler, às vezes encontro alguma mensagem que me faz pensar bastante.
Como estamos numa época de reflexão, balanço de vida, planos e promessas pro Ano Novo, encontrei este texto que transcrevo a seguir, apesar de não conhecer a fonte ou autoria.


Fazer o outro feliz...
Dois homens, ambos gravemente doentes, estavam no mesmo quarto de hospital. Um deles podia sentar-se na sua cama durante uma hora, todas as tardes, para que os fluidos circulassem nos seus pulmões. Sua cama estava junto da única janela do quarto. O outro homem tinha de ficar sempre deitado de costas. Os homens conversavam horas a fio. Falavam das suas mulheres, famílias, das suas casas, dos seus empregos, dos seus hobbys, onde tinham passado as férias...
E todas as tardes, quando o homem da cama perto da janela se sentava, ele passava o tempo a descrever ao seu companheiro de quarto todas as coisas que conseguia ver do lado de fora da janela. O homem da cama do lado começou a viver à espera desses períodos de uma hora, em que o seu mundo era alargado e animado por toda a atividade e cor do mundo do lado de fora da janela.
A janela dava para um parque com um lindo lago. Patos e cisnes nadavam na água enquanto as crianças brincavam com os seus barquinhos. Jovens namorados caminhavam de braços dados por entre as flores de todas as cores do arco-íris. Árvores velhas e enormes acariciavam a paisagem e uma tênue vista da silhueta da cidade podia ser vista no horizonte. Enquanto o homem da cama perto da janela descrevia isto tudo com extraordinário pormenor, o homem no outro lado do quarto fechava os seus olhos e imaginava a pitoresca cena.
Um dia, o homem perto da janela descreveu um desfile que ia a passar, embora o outro homem não conseguisse ouvir a banda, e conseguia vê-la e ouvi-la na sua mente, enquanto o outro senhor a retratava através de palavras bastante descritivas. Dias e semanas passaram.
Uma manhã, a enfermeira chegou ao quarto trazendo água para os seus banhos, e encontrou o corpo sem vida do homem perto da janela, que tinha falecido calmamente enquanto dormia. Ela ficou muito triste e chamou os funcionários do hospital para que levassem o corpo.
Logo que lhe pareceu apropriado, o outro homem perguntou se podia ser colocado na cama perto da janela. A enfermeira disse logo que sim e fez a troca. Depois de se certificar de que o homem estava bem instalado, a enfermeira deixou o quarto. Lentamente, e cheio de dores, o homem ergueu-se, apoiado no cotovelo, para contemplar o mundo lá fora. Fez um grande esforço e lentamente olhou para o lado de fora da janela, que dava, afinal, para uma alta parede de tijolos...
O homem perguntou, então, à enfermeira o que teria feito com que o seu falecido companheiro de quarto lhe tivesse descrito coisas tão maravilhosas do lado de fora da janela.
A enfermeira respondeu que o homem era cego e nem sequer conseguia ver a parede. Talvez ele quisesse apenas lhe dar coragem...
Moral da História:
Há uma felicidade tremenda em fazer os outros felizes, apesar dos nossos próprios problemas.
A dor partilhada é metade da tristeza, mas a felicidade, quando partilhada, é dobrada.
Se queres te sentir rico, conta todas as coisas que tens que o dinheiro não pode comprar.
O dia de hoje é uma dádiva, por isso, é que o chamam de presente!!!
Tenha um dia lindo! Seja feliz hoje e sempre...
"A pressa faz errar o caminho, a calma pode desfazer grandes erros."

22 de setembro de 2006

Uma música pra mim

Encontrei uma música, parece que foi feita pra mim.
Ainda não ouvi, mas sua letra é linda e simboliza o momento que estou vivendo.
Chama-se "Meu jardim" e foi escrita por um músico chamado Vander Lee

Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minha fonte, meus favores
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores

Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho
Estou podando meu jardim
Estou cuidando de mim

23 de julho de 2006

Que saudade!!!

Luiza Helena
Faz muito tempo que não escrevo...
Eu tinha prometido só voltar a escrever quando tivesse novas histórias para contar.
Acho que já tenho saboreado novas esperiências, em breve voltarei em novas postagens, para compartilhar as oportunidades de superar novos desafios que minha capacidade de resiliência tem me permitido usufruir.
Que Deus nos abeçoe, hoje e sempre!

20 de fevereiro de 2006

Dirigindo a própria vida! 2


Pois é, como eu ia dizendo...
Queria ter o direito de dirigir a minha própria vida...
Cheguei na autoescola concentrada e decidida, estava na chuva pronta pra me molhar e disse a mim mesma: "É agora ou nunca!".
O professor era jovem e parecia seguro, me falou que o medo é normal, o carro é um veículo perigoso e que "todas" as pessoas ficam inseguras na primeira vez. Quis recuar, sair correndo, voltar atrás, mas já era tarde, já tinha pago e não podia ficar no prejuízo. Olhei pra ele enquanto me perguntava o que eu sabia fazer e meu olhar assustado respondeu por mim. O professor me explicou que o carro de autoescola é diferente, tem pedais auxiliares para controle do veículo no caso de algum erro do aluno. Havia outra pessoa no carro que era o aluno da aula anterior à minha e teríamos que deixá-lo em casa.
Saímos da faculdade, onde eu estudava, eram 11 horas e teria que dirigir até o Cruzeiro (cidade do DF). Fiquei incrédula quando o professor falou para eu conduzir o carro. Tremi, suei, me agitei, mas ele me garantiu que eu conseguiria. O aluno confirmou que eu conseguiria, pois ele achou que não daria conta e havia acabado de conseguir...
Então eu fui, assustada, cheia de ousadia, confiando na experiência do professor, controlando a ansiedade e o medo, segui dirigindo o carro pelo eixo Monumental em direção ao Cruzeiro e em meio a um trânsito repleto de pessoas atrasadas e cansadas da correria diária. Em um cruzamento, enquanto aguardava a oportunidade de seguir meu caminho, um veículo avançou rapidamente pela direita, me ultrapassou e no susto deixei o carro morrer. O instrutor me pediu para continuar e parar no próximo acostamento. Neste momento, depois do susto comecei a chorar copiosamente, soluçava, tremia e suava muito. O instrutor continuou tranquilo, só observando e esperando. Depois de alguns minutos fui parando de chorar, respirando mais devagar, quando o professor me perguntou: "Está melhor agora? Vamos continuar?"
Faltava pouco para acabar a aula, estávamos chegando no meu serviço, estava cansada e com muito calor. Antes que eu fosse ao banheiro, as colegas que eu encontrava comentavam que eu estava vermelha. Comecei a me coçar e sentir um mal-estar. A Médica do serviço passou por mim e quando me viu foi logo perguntando se eu tinha comido algo diferente ou se tinha alergia a alguma coisa, pois estava apresentando sinais de choque anafilático. Ela me medicou e fiquei em repouso até melhorar completamente. Na época a explicação para aquela reação foi o estresse causado pela aula de direção e a minha necessidade de manter o controle. Meu corpo reagiu de forma acentuada ao medo e à exposição ao risco.
Depois daquele dia, as aulas foram menos assustadoras e fui percebendo que conseguiria, finalmente, tirar a carteira de motorista para poder escolher quando e para onde gostaria de ir. Por mais que pareça improvável, consegui passar na prova de direção. Hoje tenho habilitação tipo B, licença para dirigir veículos automotores e posso me conduzir para onde quiser e até posso dar carona para as colegas de trabalho.
Quem me vê ao volante nem imagina a dificuldade que foi superar meus medos e me acostumar a enfrentar a batalha de vida e morte que se tornou o trânsito.
Tenho como lição a dor e a delícia de enfrentar o medo e me sentir capaz de vencer obstáculos físicos e emocionais. Sei que posso, é difícil, vale a pena lutar e sofrer as consequências, correr o risco de acertar. Talvez, errar na primeira vez, mas desistir jamais!

OBS.: Link pra Primeira Parte do texto

3 de fevereiro de 2006

Dirigindo a propria vida!

Sempre gostei de andar de carro, mas sentia medo de dirigir, por isso sempre fui conduzida por alguém. Aos 30 anos, já casada e com duas filhas, morava longe do trabalho e da escola delas. Andava de ônibus, nunca tive problemas por causa disso. Morava no Gama (cidade satélite de Brasília-DF) e trabalhava no plano piloto, eram 38 km de distância e demorava cerca de 40 minutos na estrada. Minhas filhas tinham 3 e 5 anos, estavam crescendo e ficando pesadas. Quando ambas dormiam na viagem de volta pra casa à noite, eu carregava as duas meninas uma em cada ombro. Meu marido conseguiu finalmente comprar um carro e eu precisava adaptar meus horários para aproveitar a carona. Ele quis me ensinar a dirigir para que eu pudesse aproveitar melhor o nosso veículo.
Sentia muito medo de dirigir, achava que não conseguiria conduzir o carro, e ter o controle da direção parecia muito difícil. Minha insegurança não permitia que eu acreditasse que poderia ser uma boa motorista (eu "preciso" sempre fazer as coisas da melhor forma possível). Sentia medo de errar, causar um acidente ou prejudicar alguém. Quando meu esposo se propunha a me ensinar a dirigir, íamos a lugares amplos e desabitados para diminuir os riscos de acidentes com terceiros. Mas sempre sentia aquelas sensações típicas de quem sofre de uma fobia. A preocupação, tensão e nervosismo sempre atrapalhavam as minhas aulas. Ele começava bem calmo, falando baixo e cuidadoso; mas, à medida que comprovava as minhas dificuldades e deficiências, cada vez que eu errava ele ia ficando mais e mais nervoso, preocupado e claramente demonstrava falta de confiança na minha competência. Esse comportamento do meu marido era somado à minha insegurança básica e ficava mesmo muito assustada, errava e achava impossível eu conseguir dominar o carro, pensava que nunca conseguiria fazer o carro seguir por onde eu queria, pôxa, eram tantas coisas pra controlar ao mesmo tempo...
A minha necessidade de aprender a dirigir aumentava à medida em que as coisas ficavam mais difíceis, quando aconteciam greves de ônibus, engarrafamentos ou acidentes. Precisava realmente aprender a conduzir um veículo, precisava dirigir a minha vida, mas eu não sabia como. Estava muito cansada de ser conduzida, guiada, cansada de depender de outros para ir aos lugares em que queria ir.
Um dia recebi um pagamento atrasado de um emprego anterior, um valor considerável que eu nem imaginava que receberia um dia, resolvi dedicar esse dinheiro para pagar aulas de autoescola e tirar a carteira de motorista de uma vez por todas. Decidi experimentar a autoescola depois de várias tentativas frustradas e cansada de ouvir falar que era incompetente e nunca conseguiria dirigir. Me inscrevi e fui à primeira aula cheia de expectativas e insegurança, precisava acabar com aquela dificuldade em conduzir um automóvel.
Continua ...

Um grande beijo:


Ana Luiza e Amanda, meus amores.
Sou mãe de duas lindas moças que me dão muitas alegrias.

24 de janeiro de 2006

Medo, eu? Não! Sou Rebas do Cerrado!

Outro dia fui ao dentista, reparei que fazia muito tempo que eu não fazia uma visita... O dentista me perguntou se eu tenho medo. Eu confirmei que tenho medo, mas o problema não era o medo. Eu disse: "eu sempre tenho medo, enfrento e depois aguento as consequências..." Já fiz muitos tratamentos odontológicos em circunstâncias diferentes, todas as vezes o sofrimento durante e depois foi terrível e eu custei muito a superar.
Eu sempre tive muitos medos: de escuro, assalto, dor, perdas, medo do desconhecido... (eu não consegui listar os meus medos... a lista parecia muito maior!) Percebi, que mesmo sentindo medo eu fui em frente, por diversas vezes eu parei ao prever o risco, a ameaça e temendo, demorei a tomar uma decisão; mas, depois eu aprendi a enfrentar o medo. Não estou dizendo que sou "super corajosa", mas, apenas dou um jeito de seguir adiante, correr o risco, pode até ser que dessa vez seja diferente...
Ao evitar a "dor" que é consequência de algum procedimento cirúrgico ou odontológico eu acho que estou evitando também outras dores inevitáveis, consequências de enfrentamentos e discussões. Nos relacionamentos humanos, muitas vezes, sentimos medo: de aproximar, puxar conversa, conhecer, decepcionar ou sofrer, por exemplo. A timidez muitas vezes é a explicação para o medo de não ser aceito.
Eu, particularmente, odeio pensar na possibilidade de magoar alguém, ofender, trair, esquecer, não ser aceita... Muitas vezes fui contida, reprimida por essa causa. Simplesmente, ia guardando as coisas, evitando o confronto durante muito tempo e finalmente, um dia, quando já não aguentava mais, explodia, falava, gritava, esperneava; como se aquela pequena gota d'água tivesse feito transbordar uma represa inteira...
Sei que sou teimosa, persistente, não desisto facilmente de alguma coisa, às vezes sistemática, colocando as coisas sempre no mesmo lugar, na mesma posição, automaticamente fazendo algumas coisas da mesma maneira. Uma alteração na rotina, às vezes, me perturba um pouco, mas não tanto quando a rotina se prolonga por muito tempo. Eu gosto muito de sair da rotina, fazer coisas novas, ir a lugares diferentes, "errar o caminho" quando estou dirigindo. Me dá uma alegria, descobrir um caminho novo, experimentar novos sabores, lugares e conhecer novas pessoas... (Ihh! Acho que me perdi, fui mudando de assunto até chegar aqui, acho que isso deve significar alguma coisa..., não sei!)
Estava falando sobre o perigo de magoar pessoas, ofender. Nunca gostei de correr o risco de ferir alguém com minhas atitudes ou palavras. Também, quem é que gosta de ser rejeitado, magoado ou ofendido por uma pessoa que nem conhece ainda! Vivia pensando no quê as pessoas esperavam de mim, se iriam gostar, me aceitar como eu sou. Então, defender a opinião quando ela é diferente, para mim, parece ser muito difícil! Dizer que não concordo, que penso de outra maneira, que do meu ponto de vista, eu acho... parece mais difícil do que fazer um concurso com teste físico, trabalhar o dia todo depois do plantão ou depois de passar a noite acordada digitando um trabalho da faculdade!
Já fui muito ousada, arisca e aventureira. Fiquei triste quando percebi que já tinha sido usada ou prejudicada por querer ajudar as pessoas a qualquer custo. Parece que o medo de sofrer aprisiona a pessoa na timidez, solidão; mas a ousadia de querer fazer parte da vida de outras pessoas pode trazer consequências piores que a dor do tratamento de canal!
Recentemente, descobri que andar de bicicleta em estradas de terra é muito bom! O Montain Bike é um esporte radical e muito instrutivo, vou explicar...
Quando estou percorrendo uma trilha pela primeira vez eu não sei o que me espera pelo caminho, não sei se a ladeira será difícil, ou se na descida terá muito cascalho. Será que depois daquela curva a estrada estará melhor ou pior, será que vou conseguir completar o percurso, será que vou cair... ou não.
Estou participando de um grupo de ciclistas chamado Rebas do Cerrado, as pessoas se reúnem para fazer passeios de bicicleta por caminhos inesperados. Cada trilha tem seu percurso, planilha de orientação, mas sempre, sempre acontece alguma coisa diferente. Conhecemos pessoas diferentes, compartilhamos estreitos espaços e corremos muitos tipos diferentes de riscos em caminhos de dezenas de quilômetros. Só que o incrível acontece! O inesperado, o surpreendente, a queda, o machucado não impedem que voltemos a nos encontrar na próxima trilha.
Em muitos momentos pedalo sozinha, a minha frente uma enorme colina se apresenta muito perigosa, cascalho solto, valas, pedras no caminho; mas, eu consigo seguir, sem saber se vou me machucar, se vou chegar ao fim inteira! Muitas vezes caí, me machuquei, precisei pedir ajuda, resgate... por incrível que pareça, passo a semana inteira aguardando o próximo encontro, desafio, conquista.
O grupo é grande, já somos mais de mil inscritos, não sei o nome de muitas pessoas, nem sempre reencontro as mesmas que conheci na semana anterior. Uma coisa me fortalece, eu sei que alguém estará lá para me dar a mão, gritando "Foto!", me ajudando a levantar, sacudir a poeira e continuar pedalando pelo caminho, perigoso mas seguro...
Parece que o perigo aumenta a satisfação de concluir o percurso. .. A união do grupo, amizade, apoio de quem nunca vi antes, me fortalecem e consigo enfrentar o desafio, a superar meus limites físicos e emocionais, a construir redes de relacionamento que me ajudam a sair da depressão, da solidão.
Já não tenho medo de ousar, de conhecer pessoas, não sei o que elas vão pensar de mim, não sei que que partido são e nem qual é o time do seu coração... Não sei a profissão, se tem filhos, se gostam de comer jiló...
Só sei que estão lá, reunidos por um lema que diz tudo: "Pedalando ou empurrando, chegamos lá!"
Espero, sinceramente, empurrar menos e pedalar mais, subindo as ladeiras sem desistir, completando o percurso mesmo depois que tiver caído, me levantar e compartilhar a alegria de aprender a viver!