18 de abril de 2007

Beijos, flores e estrelas...

Estou com saudades de escrever pros meus amigos, por isso estou deixando uma pequena lembrança acompanhada do suave perfume das flores. Não desistam de mim, voltem sempre que quiserem, terei novidades em breve. Das outras vezes que eu escrevi, preparei antes o texto, revisei e finalmente trasncrevi aqui pro Blog. Como eu tenho demorado muito pra enviar novas mensagens, decidi que, a partir de hoje, vou escrever de improviso.
É isso! Vou escrever o que vier na cabeça, seja o que Deus quiser!

14 de abril de 2007

Feliz dia do Beijo!

Uma imagem fala mais que mil palavras!
Trago a memória sensorial de um momento especial,
emoções inesquecíveis de prazer e esperança...
Que os amores sejam eternos enquanto perdurarem e
e as pessoas vivam plenamente e
prazeirosamente o momento presente.


5 de abril de 2007

Homenagem a um amigo.

Um músico, um poeta, uma amigo, enfim um irmão.
"E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará:" Tiago 5:15a.
Notícias e pontos para intercessão pelo nosso querido Zazo no site: http://www.jesusvive.org.br/website.php

Um pouco da história desse amigo.
Na certidão de nascimento de Zazo consta a expressão “nascido no Distrito Federal”. É que em 15 de abril de 1960, o Rio de Janeiro vivia seus últimos dias de DF. O pai coloca-lhe o nome bíblico de Eleazar (Deus ajudou), mas a irmã Eliane, na época com dois anos, não consegue pronunciar e diz “Zazo”, apelido familiar que vai marcar sua trajetória pra sempre. O ambiente em casa é extremamente musical. O pai toca piano nos cultos da Igreja Batista em Acari, subúrbio carioca. A mãe vive a cantarolar hinos tradicionais, às vezes assobiando, às vezes exagerando nas fermatas. A infância em Coelho Neto é regada a peladas de rua, campeonatos de botão, bandeirinha e muita música. O pai tem “encontro marcado com o jazz” toda quarta-feira pela Rádio MEC, às nove da noite, e faz questão que Zazo ouça jazz e blues. Ouvindo concertos de Vivaldi para flauta e orquestra, Zazo aprende a assobiar, inclusive imitando o trinado daquele instrumento.
Em 1980, vem para Brasília, onde se vê acolhido em família pela Igreja Batista Central de Taguatinga. É ali que conhece Doca, que na época formava dupla musical com a amiga Miriam. Zazo, Doca, Miriam, Hélio e Léa (irmãos de Miriam) formam um grupo vocal interessante, com arranjos feitos nas cordas do violão. A amizade de Zazo com Doca cresce e nunca mais se desfaz. Em 1983, eles se casam e passam a freqüentar os cultos da Terceira Igreja Batista do Plano Piloto, onde formam o grupo vocal “Louvor Ilimitado”, algo sem formação fixa (daí o nome Ilimitado).

Quem é Esse?
Letra e Música: Zazo

Com voz de compaixão e um brilho no olhar
Eu vi a sua mão sobre mim e ouvi o seu falar
Quem é esse que me olha assim?
Quem é esse que fala assim?
Quem é esse ... que me ama assim?
É Jesus .
Com voz de compaixão e um brilho no olhar
Eu vi a sua mão sobre mim e ouvi o seu falar
Quem é esse que me olha assim?
Quem é esse que fala assim?
Quem é esse ... que me ama assim?
É Jesus .Deixo-vos a paz...


Zazo, o nego

Ele vinha feliz e contente com seu boné “zerado”. Não era um boné como os outros. Era de um time de basquetebol americano, NBA, um dos mais respeitados entre os garotos de sua idade. Tinha, então, doze anos. E todo garoto de doze anos gostava de boné. Quem não usava, de um jeito ou de outro, parecia admirar aqueles que o faziam. Um boné de qualquer time da NBA ficaria em torno de seus dezessete reais, num tempo em que o real valia quase três vezes mais do que vale hoje. Conseguira por sete! O avô lhe dera cinco, os outros dois surgiram pela obra e graça de momentos felizes. De fato, o preço fora seis e noventa, mas onde se contam dez centavos de troco nessas alturas? Merecia uma espécie de comemoração. Um boné desses, lindo, novinho, cheio de moral, nesse preço, era – no mínimo – uma façanha! Ainda mais se pensasse no quanto era difícil se obter dinheiro por aqueles dias de governo FHC. De repente, o inesperado, o absurdo acontece: num momento em que não havia quem o defendesse, em sua própria quadra, passam dois sujeitos perversos, desocupados e – como não poderia deixar de ser – muito mais velhos, na faixa de seus vinte anos. - Me dá esse boné, garoto! A voz e a frase, ambas tão duras, penetram a alma, e o menino sente o corpo gelar. Sem ação ou reação, vê-se, numa fração de momento, humilhado, invadido, agredido fisicamente e – o que é pior – sem o boné. É então que se percebe criança, fraco, indefeso, no lugar do adolescente que até então julgava ser. As lágrimas vêm com força: irrompem incontrolavelmente. Surge um mal-estar, seguido de um terrível sentimento de incapacidade, fraqueza, raiva, culpa, injustiça, vingança, tudo ao mesmo tempo... a dor moral de se ver humilhado dói mais do que a dor física. A perda da autoconfiança aflige mais que a do boné. Não sabe explicar o que sente. Tudo faz um turbilhão de pensamentos. Cenas assim marcam a história da gente. Quem, quando criança, não se viu algum dia numa situação parecida de alguma forma como essa? Um momento em que estivesse assustado, fraco, indefeso, humilhado...? Quem não foi algum dia vítima da violência ou do abuso de força? Qual de nós não leva para a vida adulta experiências de medo ou culpa trazidas da infância. Elas ficam, não importa quantos anos de idade você tenha. Mas, para a infelicidade daquele que veio para roubar, matar e destruir, o garoto era um filho de Deus, alguém que vivia debaixo da graça do Pai. O boné se fora, mas a cabeça estava lá e, dentro dela, a mente que se lembraria da Palavra “Posso todas as coisas nAquele que me fortalece.” ou ainda “Todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus.” Mais tarde saberia por que o Senhor não o livrara daquela momentânea tribulação. Dentro dele, havia algo que o ladrão não conseguira roubar: a paz. como os outros. Era de um time de basquetebol americano, NBA, um dos mais respeitados entre os garotos de sua idade. Tinha, então, doze anos. E todo garoto de doze anos gostava de boné. Quem não usava, de um jeito ou de outro, parecia admirar aqueles que o faziam. Um boné de qualquer time da NBA ficaria em torno de seus dezessete reais, num tempo em que o real valia quase três vezes mais do que vale hoje. Conseguira por sete! O avô lhe dera cinco, os outros dois surgiram pela obra e graça de momentos felizes. De fato, o preço fora seis e noventa, mas onde se contam dez centavos de troco nessas alturas? Merecia uma espécie de comemoração. Um boné desses, lindo, novinho, cheio de moral, nesse preço, era – no mínimo – uma façanha! Ainda mais se pensasse no quanto era difícil se obter dinheiro por aqueles dias de governo FHC. De repente, o inesperado, o absurdo acontece: num momento em que não havia quem o defendesse, em sua própria quadra, passam dois sujeitos perversos, desocupados e – como não poderia deixar de ser – muito mais velhos, na faixa de seus vinte anos. - Me dá esse boné, garoto! A voz e a frase, ambas tão duras, penetram a alma, e o menino sente o corpo gelar. Sem ação ou reação, vê-se, numa fração de momento, humilhado, invadido, agredido fisicamente e – o que é pior – sem o boné. É então que se percebe criança, fraco, indefeso, no lugar do adolescente que até então julgava ser. As lágrimas vêm com força: irrompem incontrolavelmente. Surge um mal-estar, seguido de um terrível sentimento de incapacidade, fraqueza, raiva, culpa, injustiça, vingança, tudo ao mesmo tempo... a dor moral de se ver humilhado dói mais do que a dor física. A perda da autoconfiança aflige mais que a do boné. Não sabe explicar o que sente. Tudo faz um turbilhão de pensamentos. Cenas assim marcam a história da gente. Quem, quando criança, não se viu algum dia numa situação parecida de alguma forma como essa? Um momento em que estivesse assustado, fraco, indefeso, humilhado...? Quem não foi algum dia vítima da violência ou do abuso de força? Qual de nós não leva para a vida adulta experiências de medo ou culpa trazidas da infância. Elas ficam, não importa quantos anos de idade você tenha. Mas, para a infelicidade daquele que veio para roubar, matar e destruir, o garoto era um filho de Deus, alguém que vivia debaixo da graça do Pai. O boné se fora, mas a cabeça estava lá e, dentro dela, a mente que se lembraria da Palavra “Posso todas as coisas nAquele que me fortalece.” ou ainda “Todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus.” Mais tarde saberia por que o Senhor não o livrara daquela momentânea tribulação. Dentro dele, havia algo que o ladrão não conseguira roubar: a paz.

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Quem me conhece, bem sabe, numa hora de luta ou de dor, fico sem palavas, por isso no desejo de homenagear esse amigo que luta pela vida e prepara o testemunho de amor, deixo aqui registradas algumas palavras retiradas do site do grupo musical Céu na Boca. Quem quiser saber um pouco mais ou mesmo ouvir algumas de suas composições, pode visitar no endereço: http://www.ceunaboca.com.br/

27 de março de 2007

Tempo, tempo, tempo...

Luiza Helena
Ainda estou presa nas armadilhas do tempo...

Me pergunto como posso prosseguir se nunca tenho tempo suficiente pra fazer as coisas que gosto, infelizmente tenho demorado tanto tempo fazendo as coisas que são necessárias, satisfazendo as exigências da família e da sociedade, correndo atrás do tempo perdido que não volta mais... Quando chegará a minha vez, o meu tempo de ser feliz de satisfazer os meus desejos e necessidades?
Preciso dormir cedo pra trabalhar cedo. Que pena! Nem posso ficar namorando a linda lua que brilha reluzente ofuscando as pequeninas estrelas encantadoras e misteriosas...
Preciso correr pra não chegar atrasada no serviço. Mal posso cumprimentar o vizinho que passa apressado a caminho da padaria a buscar o pão pra sua família...
Pego o carro e saio apressada. Nem posso observar o brilho do sol que desponta em um céu tão azul que me ofusca, muito menos o passarinho que voa deixando sua marca no meu para brisa...
Mas que coisa chata! O semáforo tinha que estar vermelho justamente nessa hora? E porque justamente eu, porque justamente agora, mais um sinal fechado, parece que o tempo conspira contra meu desejo de chegar pontualmente no serviço... Que pena! Despertar da minha reflexão matutina com a buzina do carro de trás que me ultrapassa apressado como ele só.
Sou rebelde! Não tenho jeito mesmo! Eu teimo em ficar reparando a beleza das pequenas coisas do mundo e da vida e me perco no caminho, (muitas vezes literalmente) e me vejo retornando pra pegar o caminho certo e sentindo a angústia crescendo em meu peito e o atraso aumentando no relógio. Não posso ser escrava do tempo!
Não quero obedecer o ritmo louco imposto pela rotina social e pelas normas de trabalho. Muitas vezes num piscar de olhos, nem vejo o tempo passar. Pôxa! Já é segunda feira novamente! Nem descansei bastante, nem ouvi pássaros cantando, nem abracei minhas filhas hoje, nem senti a suave brisa entrando pela janela e desarrumando carinhosamente meus cabelos.
Vivo chegando atrasada nos lugares, nos amores, nos parques, na vida...
Tenho tempo pra sorrir? Sim! Tenho tempo pra amar? Sim!
Tenho tempo pra gostar de viver? Tenho sim, senhor!
Me recuso a deixar passar esse tempo tão precioso, tão gostoso, minha infância, juventude... Não posso crer que completei 40 anos! O que foi que fiz, o que vivi nesse tempo?
Meu corpo se recusa a acreditar, me revolto, me rebelo e teimo em viver cada dia como se fosse o último, o único, com tamanha intensidade que nem me importo mais quando dizem que cheguei atrasada novamente...

22 de março de 2007

É a vida, é bonita!

O que é o que é?
Composição: Gonzaguinha
Eu fico com a pureza da resposta das crianças
É a vida, é bonita e é bonita
Viver e não ter a vergonha de ser feliz
Cantar.. (E cantar e cantar...)
A beleza de ser um eterno aprendiz
Ah meu Deus!
Eu sei... (Eu sei...)
Que a vida devia ser bem melhor e será
Mas isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita e é bonita
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Obrigada Senhor!
Não sei o que seria de mim sem o Senhor...
Acho que nem teria existido! risos...
Sou grata pela vida, pelo ar que respiro, pela água,
pelo sol e a sua energia.
Sou grata por tudo e todos
que tem participado da minha existência e da vida até hoje.
Obrigada Jesus!

20 de março de 2007

Estou atrasada!

Luiza Helena

Realmente eu tenho dificuldades em administrar o meu tempo, estou desde sexta-feira planejando escrever meu artigo desta semana, e por incrível que pareça ainda não consegui...
Sei que a noção de tempo é relativa, uma convenção, uma necessidade humana; mas ainda não consegui definir o que eu entendo como tempo, principalmente porque quanto mais eu corro, mais fico atrasada.
Sempre pensei que nasci fora do meu tempo, quer dizer, percebo o tempo de uma forma pessoal, e não me sinto de acordo com o tempo do mundo em que vivo. Pode até parecer uma fantasia, mas eu vivo como se o mundo corresse numa velocidade e meu organismo em outra.
Quando estou feliz, correndo atrás dos meus objetivos, satisfazendo minhas necessidades sinto como se o tempo fosse correndo depressa, pra eu não conseguir... Por outro lado, quando estou aguardando alguma coisa que não depende da minha vontade, o tempo parece se arrastar em um marasmo incompreensível. Não sei explicar direito, mas acho que todas as pessoas já perceberam algum dia a demora do tempo quando estamos entediados aguardando algum acontecimento ou providência de terceiros.
Por exemplo, quando estamos aguardando nossa vez de andar naquele brinquedo incrível do parque de diversões, parece que a volta nunca acaba, como demora... Quando finalmente entramos no brinquedo e vamos alegremente usufruir daquela diversão, o tempo passa tão depressa, nem dá pra acreditar.
Em algumas ocasiões dois minutos parecem bem menos do que 120 segundos.
Mas deixa pra lá... estou atrasada... tenho que parar de escrever agora... tem mais coisas esperando pra serem feitas... depois eu continuo...

9 de março de 2007

Cometi um ERRO!

Percebi que cometi um erro no meu Blog, em 16 Janeiro 2006, coloquei este texto afirmando que era da autoria de Clarisse Lispector. Estou hoje republicando o texto e confirmando a verdadeira autora da composição que tanto me comoveu e inspirou inúmeras reflexões. Apenas mais um pequeno detalhe, a foto foi eu mesma que bati.

EU SEI, MAS NÃO DEVIA

Marina Colasanti
Eu sei que a gente se acostuma.
Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíches porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema, a engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À luta. À lenta morte dos rios. E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.

(in "Eu sei, mas não devia" - Editora Rocco, Rio de Janeiro, 1996)

8 de março de 2007

Mulheres!!

Não me bastam os cinco sentidos para perceber-lhes toda a beleza. Não me bastam os cinco sentidos para viver com totalidade o mistério profundo que elas trazem consigo. Eu tenho é que tocá-las, cheirá-las, acariciá-las, penetrar-lhes o sorriso, sentir o seu perfume, beijar-lhes o céu da boca, ouvir suas histórias, transformá-las em deusas. Tenho que dar-lhes o amor que o meu corpo conduz e sustenta-me a alma. O belo amor natural por todas as coisas do mundo. Como espelho de paixões em labareda, tenho que sentir nos seus olhos um raro brilho diamante...
Eu as respeito e as venero, com a graça de um cisne que dança num lago tranqüilo e a ousadia de um touro selvagem recém-despertado. Não lhes faço perguntas, não as pressiono por nada, não lhes tiro a liberdade, não quero mudá-las jamais. Sempre imagino o que estejam sonhando, e pulo de cabeça no sonho delas. Cavalgo o vento para visitar-lhes as razões, as emoções e as loucuras. Como um deus escandaloso e surpreso por sua própria criatura, entro no coração de cada uma, deliciosamente, como se entrasse numa pulsante catedral. Mergulho na essência dos seus desejos e cada vez me espanto mais com tanta fantasia.
Os cinco sentidos, por não serem precisos, ainda não bastam, e preciso mais do que isso para compreendê-las. Toda mulher é silenciosa por dentro. A existência pura se manifesta em cada detalhe. Assim na terra como no céu, amar as mulheres é uma experiência religiosa. E eu as amo, fina substância, como deve amar quem ama de verdade - incondicionalmente. Sem ciúmes. Eu amo as morenas, as loiras, as baixinhas, as altas, as lindas, as quase feias. Amo as virtuosas, as magras, as gordinhas, as diabólicas, as tímidas, e até as mentirosas. As iluminadas, as pecadoras, e as santíssimas. Amo as virgens, as pobres, as ricas, as loucas, as muito vivas, as inocentes. As bronzeadas pelo sol, e as branquinhas. As inteligentes, e as nem tanto. Desde que sensíveis, eu amo as jovens, as velhas, as solteiras, as casadas, as separadas. As bem-amadas, e as abandonadas. As livres, e as indecisas. E se me dessem o poder, o tempo e, principalmente, a chance, eu a todas elas daria, todos os dias, um orgasmo cósmico, poético e sublime.
Apanharia flores silvestres, tomaria sol com todas elas. Andaríamos descalços na areia, contemplaríamos crepúsculos cor de abóbora, jantaríamos à luz de velas, dançaríamos, tomaríamos vinho branco, olharíamos as estrelas. E eu lhes faria poesias de amor. Puro como um anjo, amaria cada uma delas eternamente - uma por vez. Com delicadeza, com doçura, com profundidade, com inocência. Entusiasmado, como se cada uma fosse a única. Como se no mundo inteiro não houvesse mais nada, nem ninguém.
Todas as noites, passaria cremes e encantos no seu corpo. Falaria sobre fábulas, contaria histórias românticas, as veria dormir. Ouvindo Beethoven, velaria por um tempo o sono delas, e de madrugada, antes do sol raiar, antes do primeiro pássaro cantar, as cobriria com o resto de luar que ainda houvesse, e sairia em silêncio. Como um felino lógico, sensual e saciado, deslizaria pelo cetim azul-celeste dos lençóis, saltaria por sobre todas as metáforas - e sorrindo iria embora.
Enfim, se por acaso fosse Deus, eu com certeza não mais ficaria cuidando do universo e dessas outras coisinhas banais. Não ficaria controlando o destino das pessoas, o tempo, os compromissos, a pressa, o caminho dos planetas, a economia, o cotidiano, o infinito, os genes, a Internet, a gravidade, a geografia...
Não! Eu somente iria amar as mulheres, como elas merecem. E como nunca foram amadas.
Só isso, definitivamente. Nada mais, nada mais!
Para ler mais desse autor visite o site:
PS.: Neste dia especial, como mulher não consegui escrever, por isso coloquei aqui, com os créditos, uma composição desse amigo poeta (que ainda não me conhece) que conseguiu traduzir, e descrever como toda mulher gostaria de ser amada. Muito obrigada!