14 de novembro de 2009

Amar não dói!

Eu nem sabia o que era amar ...
Luiza Helena


Li dezenas de livros com histórias de amor. Me emocionei com centenas de poesias. Ouvi milhares de músicas. Me apaixonei diversas vezes enquanto assistia a muitos filmes românticos. Vivi intensamente encontros e desencontros de amor...
Mas, eu ainda nem sabia o que era Amar!
Poetas declamam, cantores cantam e compositores se esforçam para narrar, descrever ou contar histórias encantadas e encantadoras de amores possíveis e impossíveis. Escritores brilhantes, diretores criativos e uma quantidade incontável de profissionais do cinema, TV e teatro praticam sua arte no desafio constante de apresentar e representar o mais sublime sentimento dos humanos. Algumas comédias românticas apresentam finais felizes tão fantásticos que temos certeza que nunca aconteceriam realmente. Outras aventuras desafiam os leitores e ouvintes a defender valores e princípios bonitos e românticos enquanto os personagens lutam contra preconceitos e impedimentos ao encontro amoroso.
E, eles pensam que sabem o que é amar!
Pense bem!
Se doeu, sofreu ou chorou, então...
Não era amor.
Amar nem dói!

22 de outubro de 2009

MORRE LENTAMENTE ...

Refletindo sobre qualidade de vida encontrei um texto de Martha Medeiros que conseguiu chamar minha atenção.
Amo a vida, gosto muito de viver mas, às vezes parece tão difícil...  Viver é uma incrível aventura!
Definitivamente, eu não quero:

MORRER LENTAMENTE...
Martha Medeiros

"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o escuro ao invés do claro e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade."

20 de outubro de 2009

Matando a saudade

APENAS UM ENCONTRO
Luiza Helena de Jesus


Eu, uma praça, um livro e um olhar. Moreno, cabelo curto, porte atlético, vestido como jovem e aparentando pouca idade. Sentou-se ao meu lado um pouco antes de me perguntar se incomodava.
- “Bom dia! Posso me sentar aqui ao seu lado? Você gosta mesmo de ler!”
Continuei minha leitura, como se nada tivesse me acontecido. Me olhava como uma pessoa faminta olha um prato suculento; como o cão que observa um frango assado na vitrine assadeira. Negou tantas vezes estar interessado em mim, que quase me fez acreditar. Seu olhar guloso me inspirou a sensação de ser desejada, apesar do excesso de peso. Estou obesa e nem um pouco satisfeita com meu corpo atual. Me senti ruborizar cada vez que ouvia seus elogios. Como era falante o rapaz!
Um olhar firme e penetrante me convenceu de que ele estivesse realmente falando a verdade. Nem adiantava continuar tentando manter minha atenção no livro... Achei-o muito novo, por esse motivo lhe perguntei qual a idade ele achava que eu teria. Me deu uns vinte e poucos, nesse momento eu retirei os óculos escuros e repeti a pergunta. Retribui o olhar fixamente para que me confirmasse a verdadeira idade. Percebi a surpresa no olhar dele enquanto falava:
- “Você parece ser mais madura, tipo uns trinta e poucos...”
Meu sorriso foi rapidamente substituído por uma gargalhada solta e gostosa que há muito eu não experimentava.
- “De que cor são os seus olhos? À primeira vista parecem castanhos, mas quando observados mais de perto, sob certa luz pode-se ver o brilho e a cor que refletem. São cor de mel, a mesma cor dos meus! Com certeza! Temos alguma coisa em comum!”
Confessei meus 41 anos, enquanto ele se esforçava em explicar como estou conservada:
- “... Aos meus olhos você é muito interessante...”
Interrompi com uma pergunta:
- “Então você sente uma forte atração por coroas gordinhas?”
Não consegui segurar o riso enquanto ele gaguejava tentando me esclarecer sobre a verdadeira diferença entre “fofinha, gordinha e gorda”. Uma sensação relaxante percorreu todo o meu corpo, percebi um forte aquecimento central... Eu estava gostando (e muito!) de estar sendo cortejada por um jovem saudável que poderia ter a garota que quisesse.
Nesse momento, percebi a mudança de olhar e o movimento de cabeça ligeiramente disfarçado em direção a duas jovens e sensuais adolescentes que passavam pela praça. Nem podiam suspeitar o clima de sedução e ferormônios que nos rondavam naquele momento. Meu novo amigo percebeu que o vi acompanhando as duas moças e iniciou rapidamente um discurso bastante eloquente sobre conteúdo versus corpo, mente vazia e fútil versus maturidade, que no meu caso, algo mais estaria despertando nele muito interesse, etc., etc. e tal!
Meu celular tocou como se me despertasse para a realidade da vida, e minha curta aventura terminou antes que pudesse sequer começar. Minha amiga estava confirmando minha presença para o almoço. Dessa forma me despedi do jovem interlocutor, que ainda me olhava com face suplicante...
- “Apenas um beijo! Pra celebrar esse encontro!”

OBS.:  Escrevi este texto ano passado, fiz algumas correções na gramática e estou republicando para "matar a saudade".

1 de outubro de 2009

Me amo mais do que a você!

ESNOBOU MEU SENTIMENTO
Aviões do Forró
Compositor(es): Solange Almeida, Zélia Santti

Se não valorizar, com certeza cê vai me perder,
Embora eu te amo e sim, eu juro não vou suportar
Ver você me enganar, cansei de perdoar,
Se liga no que vou dizer, Me amo mais do que a você

Porque você esnobou meu sentimento,
Depois voltou com seus lamentos
Mas agora vi, que não vale a pena te amar tanto assim
por que toda vez que eu te aceitava você vinha e aprontava
Só eu sei o que passei, sofri calada
Vai me perder se não valorizar,

Amo, Amo Você ê, mas se não valorizar
Vai me perder ê, pode ter a certeza,
Amo, Amo Você ê, mas se não valorizar
Vai me perder ê.....

Pense Bem, não sou mulher de perdoar
Comigo se não deu bye bye, chega não te quero mais
Desculpa mas eu sou assim, não te deixo pisar em mim,
Se liga no que vou dizer, me amo mais do que a você.

Porque você esnobou meu sentimento,
Depois voltou com seus lamentos
Mas agora vi, que não vale a pena te amar tanto assim
por que toda vez que eu te aceitava você vinha e aprontava
Só eu sei o que passei sofri calada
Vai me perder se não valorizar,

Amo, Amo Você ê, mas se não valorizar
Vai me perder ê, pode ter a certeza,
Amo, Amo Você ê, mas se não valorizar
Vai me perder ê.....

Entreguei o coração, você brincou foi tudo uma ilusão pra mim
Sei que foi assim, sinto muito meu amor mas o seu tempo acabou.

Porque, você esnobou meu sentimento,
Depois voltou com seus lamentos
Mas agora vi, que não vale a pena te amar tanto assim
por que toda vez que eu te aceitava você vinha e aprontava
Só eu sei o que passei sofri calada
Vai me perder se não valorizar,

Amo, Amo Você ê, mas se não valorizar
Vai me perder ê, pode ter a certeza,
Amo, Amo Você ê, mas se não valorizar
Vai me perder ê.....

Outras letras de música você pode encontrar em: http://vagalume.uol.com.br/

28 de setembro de 2009

Descoberta!

Vocês podem nem acreditar, mas fui a meu primeiro forró neste sábado. Estou revendo todos os meus conceitos e preconceitos, descobri um mundo novo.
Dancei tanto que estraguei meu joelho, mas vou correndo "consertar" pra aproveitar ainda mais no próximo fim de semana. Estou colocando gelo e compressa...
Me identifiquei com uma amiga que confessou : "... imagine eu que sempre amei rock... e só rock, blues, jazz... quando descobri o forró... hum... Quando aprendi a dançar o pé de serra na ponta do pé e coladinho então... ui ui ui... mas todos os estilos são válidos..."
Esse tal de rala-coxa, muuuuito bom!
Onde eu fiquei presa esse tempo todo?
Nem sabia o que estava perdendo...

Só pra comemorar eu vou mostrar um grande sucesso!
Além de talentosos, são românticos e charmosos meus amigos Balzaquianos!!
O vídeo da música "Princesa do Forró", que é uma parceira de Silvio Sodré com o Sérgio Veiga, tendo como musa inspiradora a senhorita Vivi Forrozeira.
 

"Era uma vez, em uma pequena grande comunidade, um poeta, um músico e uma musa se encontraram. Desse encontro resultou esta singela homenagem a este maravilhoso ritmo nordestino: o Forró!

24 de setembro de 2009

Li, gostei e compartilhei

Saúde Mental – Rubem Alves – adaptado do livro "O médico"

Fui convidado a fazer uma preleção sobre saúde mental. Os que me convidaram supuseram que eu, na qualidade de psicanalista, deveria ser um especialista no assunto. E eu também pensei. Tanto que aceitei. Mas foi só parar para pensar para me arrepender. Percebi que nada sabia. Eu me explico.
Nós somos muito parecidos com computadores, O funcionamento dos computadores, como todo mundo sabe, requer a interação de duas partes. Uma delas chama-se hardware, literalmente "equipamento duro", e a outra denomina software, "equipamento macio". O hardware é constituído por todas as coisas sólidas com que o aparelho é feito. O software é constituído por entidades "espirituais" – símbolos que formam os programas e são gravados nos disquetes.
Nós também temos um hardware e um software. O hardware são os nervos do cérebro, os neurônios, tudo aquilo que compõe o sistema nervoso. O software é constituído por uma série de programas que ficam gravados na memória. Do mesmo jeito como nos computadores, o que fica na memória são os símbolos, entidades levíssimas, dir-se-ia mesmo "espirituais", sendo que o programa mais importante é a linguagem.
Um computador pode enlouquecer por defeitos no hardware ou por defeitos no software. Nós também. Quando nosso hardware fica louco há que se chamar psiquiatras e neurologistas, que virão com suas poções químicas e bisturis consertar o que estragou. Quando o problema está no software, entretanto, poções e bisturis não funcionam. Não se conserta um programa com chave de fenda. Porque o software é feito de símbolos, somente símbolos podem entrar dentro dele. Assim, para se lidar com o software há que se fazer uso dos símbolos. Por isso, quem trata das perturbações do software humana nunca se vale de recursos físicos para tal. Suas ferramentas são palavras, e eles podem ser poetas, humoristas, palhaços, escritores, gurus, amigos e até mesmo psicanalistas.

Fonte: ALVES, Rubem  O médico. Campinas- SP: Papirus, 2002

20 de setembro de 2009

Ontem? Hoje? Quando?

Ana Luiza de Jesus Alves

Não sei se aproveitei
meu tempo hoje
Vi murchando pétalas
ontem tão lindas

O mundo está mudando
o branco de ontem é bege
O rio que passava aqui
da lugar a um estacionamento

Para não ser esquecida, escrevo
Para deixar minha marca, vivo
E enquanto o mundo se apaga
relembro o breve que se dissolveu.