5 de abril de 2007

Homenagem a um amigo.

Um músico, um poeta, uma amigo, enfim um irmão.
"E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará:" Tiago 5:15a.
Notícias e pontos para intercessão pelo nosso querido Zazo no site: http://www.jesusvive.org.br/website.php

Um pouco da história desse amigo.
Na certidão de nascimento de Zazo consta a expressão “nascido no Distrito Federal”. É que em 15 de abril de 1960, o Rio de Janeiro vivia seus últimos dias de DF. O pai coloca-lhe o nome bíblico de Eleazar (Deus ajudou), mas a irmã Eliane, na época com dois anos, não consegue pronunciar e diz “Zazo”, apelido familiar que vai marcar sua trajetória pra sempre. O ambiente em casa é extremamente musical. O pai toca piano nos cultos da Igreja Batista em Acari, subúrbio carioca. A mãe vive a cantarolar hinos tradicionais, às vezes assobiando, às vezes exagerando nas fermatas. A infância em Coelho Neto é regada a peladas de rua, campeonatos de botão, bandeirinha e muita música. O pai tem “encontro marcado com o jazz” toda quarta-feira pela Rádio MEC, às nove da noite, e faz questão que Zazo ouça jazz e blues. Ouvindo concertos de Vivaldi para flauta e orquestra, Zazo aprende a assobiar, inclusive imitando o trinado daquele instrumento.
Em 1980, vem para Brasília, onde se vê acolhido em família pela Igreja Batista Central de Taguatinga. É ali que conhece Doca, que na época formava dupla musical com a amiga Miriam. Zazo, Doca, Miriam, Hélio e Léa (irmãos de Miriam) formam um grupo vocal interessante, com arranjos feitos nas cordas do violão. A amizade de Zazo com Doca cresce e nunca mais se desfaz. Em 1983, eles se casam e passam a freqüentar os cultos da Terceira Igreja Batista do Plano Piloto, onde formam o grupo vocal “Louvor Ilimitado”, algo sem formação fixa (daí o nome Ilimitado).

Quem é Esse?
Letra e Música: Zazo

Com voz de compaixão e um brilho no olhar
Eu vi a sua mão sobre mim e ouvi o seu falar
Quem é esse que me olha assim?
Quem é esse que fala assim?
Quem é esse ... que me ama assim?
É Jesus .
Com voz de compaixão e um brilho no olhar
Eu vi a sua mão sobre mim e ouvi o seu falar
Quem é esse que me olha assim?
Quem é esse que fala assim?
Quem é esse ... que me ama assim?
É Jesus .Deixo-vos a paz...


Zazo, o nego

Ele vinha feliz e contente com seu boné “zerado”. Não era um boné como os outros. Era de um time de basquetebol americano, NBA, um dos mais respeitados entre os garotos de sua idade. Tinha, então, doze anos. E todo garoto de doze anos gostava de boné. Quem não usava, de um jeito ou de outro, parecia admirar aqueles que o faziam. Um boné de qualquer time da NBA ficaria em torno de seus dezessete reais, num tempo em que o real valia quase três vezes mais do que vale hoje. Conseguira por sete! O avô lhe dera cinco, os outros dois surgiram pela obra e graça de momentos felizes. De fato, o preço fora seis e noventa, mas onde se contam dez centavos de troco nessas alturas? Merecia uma espécie de comemoração. Um boné desses, lindo, novinho, cheio de moral, nesse preço, era – no mínimo – uma façanha! Ainda mais se pensasse no quanto era difícil se obter dinheiro por aqueles dias de governo FHC. De repente, o inesperado, o absurdo acontece: num momento em que não havia quem o defendesse, em sua própria quadra, passam dois sujeitos perversos, desocupados e – como não poderia deixar de ser – muito mais velhos, na faixa de seus vinte anos. - Me dá esse boné, garoto! A voz e a frase, ambas tão duras, penetram a alma, e o menino sente o corpo gelar. Sem ação ou reação, vê-se, numa fração de momento, humilhado, invadido, agredido fisicamente e – o que é pior – sem o boné. É então que se percebe criança, fraco, indefeso, no lugar do adolescente que até então julgava ser. As lágrimas vêm com força: irrompem incontrolavelmente. Surge um mal-estar, seguido de um terrível sentimento de incapacidade, fraqueza, raiva, culpa, injustiça, vingança, tudo ao mesmo tempo... a dor moral de se ver humilhado dói mais do que a dor física. A perda da autoconfiança aflige mais que a do boné. Não sabe explicar o que sente. Tudo faz um turbilhão de pensamentos. Cenas assim marcam a história da gente. Quem, quando criança, não se viu algum dia numa situação parecida de alguma forma como essa? Um momento em que estivesse assustado, fraco, indefeso, humilhado...? Quem não foi algum dia vítima da violência ou do abuso de força? Qual de nós não leva para a vida adulta experiências de medo ou culpa trazidas da infância. Elas ficam, não importa quantos anos de idade você tenha. Mas, para a infelicidade daquele que veio para roubar, matar e destruir, o garoto era um filho de Deus, alguém que vivia debaixo da graça do Pai. O boné se fora, mas a cabeça estava lá e, dentro dela, a mente que se lembraria da Palavra “Posso todas as coisas nAquele que me fortalece.” ou ainda “Todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus.” Mais tarde saberia por que o Senhor não o livrara daquela momentânea tribulação. Dentro dele, havia algo que o ladrão não conseguira roubar: a paz. como os outros. Era de um time de basquetebol americano, NBA, um dos mais respeitados entre os garotos de sua idade. Tinha, então, doze anos. E todo garoto de doze anos gostava de boné. Quem não usava, de um jeito ou de outro, parecia admirar aqueles que o faziam. Um boné de qualquer time da NBA ficaria em torno de seus dezessete reais, num tempo em que o real valia quase três vezes mais do que vale hoje. Conseguira por sete! O avô lhe dera cinco, os outros dois surgiram pela obra e graça de momentos felizes. De fato, o preço fora seis e noventa, mas onde se contam dez centavos de troco nessas alturas? Merecia uma espécie de comemoração. Um boné desses, lindo, novinho, cheio de moral, nesse preço, era – no mínimo – uma façanha! Ainda mais se pensasse no quanto era difícil se obter dinheiro por aqueles dias de governo FHC. De repente, o inesperado, o absurdo acontece: num momento em que não havia quem o defendesse, em sua própria quadra, passam dois sujeitos perversos, desocupados e – como não poderia deixar de ser – muito mais velhos, na faixa de seus vinte anos. - Me dá esse boné, garoto! A voz e a frase, ambas tão duras, penetram a alma, e o menino sente o corpo gelar. Sem ação ou reação, vê-se, numa fração de momento, humilhado, invadido, agredido fisicamente e – o que é pior – sem o boné. É então que se percebe criança, fraco, indefeso, no lugar do adolescente que até então julgava ser. As lágrimas vêm com força: irrompem incontrolavelmente. Surge um mal-estar, seguido de um terrível sentimento de incapacidade, fraqueza, raiva, culpa, injustiça, vingança, tudo ao mesmo tempo... a dor moral de se ver humilhado dói mais do que a dor física. A perda da autoconfiança aflige mais que a do boné. Não sabe explicar o que sente. Tudo faz um turbilhão de pensamentos. Cenas assim marcam a história da gente. Quem, quando criança, não se viu algum dia numa situação parecida de alguma forma como essa? Um momento em que estivesse assustado, fraco, indefeso, humilhado...? Quem não foi algum dia vítima da violência ou do abuso de força? Qual de nós não leva para a vida adulta experiências de medo ou culpa trazidas da infância. Elas ficam, não importa quantos anos de idade você tenha. Mas, para a infelicidade daquele que veio para roubar, matar e destruir, o garoto era um filho de Deus, alguém que vivia debaixo da graça do Pai. O boné se fora, mas a cabeça estava lá e, dentro dela, a mente que se lembraria da Palavra “Posso todas as coisas nAquele que me fortalece.” ou ainda “Todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus.” Mais tarde saberia por que o Senhor não o livrara daquela momentânea tribulação. Dentro dele, havia algo que o ladrão não conseguira roubar: a paz.

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Quem me conhece, bem sabe, numa hora de luta ou de dor, fico sem palavas, por isso no desejo de homenagear esse amigo que luta pela vida e prepara o testemunho de amor, deixo aqui registradas algumas palavras retiradas do site do grupo musical Céu na Boca. Quem quiser saber um pouco mais ou mesmo ouvir algumas de suas composições, pode visitar no endereço: http://www.ceunaboca.com.br/