14 de abril de 2008

Palavrão!

Tenho vívida lembrança de como ficava curiosa a desvendar os mistérios das palavras escritas, ficava sempre por perto das pessoas que sabiam ler e perguntava o que queriam dizer aqueles risquinhos...
Não encontrei quem tivesse paciência suficiente pra me explicar tais coisas, procurei descobrir por mim mesma, e fiquei maravilhada quando descobri que juntando aquelas letrinhas eu poderia saber o que estava escrito em todos os lugares.
Parecia que eu estava então em um novo universo, havia descoberto um mundo novo e repleto de novas palavras que eu nunca tinha ouvido falar, na minha inocência e encantamento desejava que todos soubessem: "Eu sei ler!"
Saía lendo em voz alta todas as letras que eu encontrava em muros e placas, nas ruas, folhetos, enfim, em todos os lugares.
Num dia, numa curta viagem de ônibus, comecei a praticar aquele jogo incrível que me deixava alegre e satisfeita. "Olha mãe, eu posso ler!"
Minha mãe assustada me controlou colocando a mão na minha boca. "Menina, não fala isso, é palavrão!"
Sem compreender direito por causa da minha pouca idade (entre 4 e 5 anos) respondi:
"Que isso mãe. É uma palavra pequena, tem só dois pedacinhos! Pu - ta! Fo - da!"
Nem preciso dizer como terminou a história...

Eu confesso!

Durante todos esses dias em que estive ausente, tenho pensado na resposta àquela pergunta que coloquei na chamada pra blogagem coletiva:
O que você faz para acabar com o analfabetismo no Brasil?
Confesso, realmente não tenho resposta ainda. Tenho pesquisado e lido sobre vários aspectos desta questão, mas infelizmente, percebi que efetivamente não tenho feito nenhuma contribuição pra diminuir ou acabar com o analfabetismo no meu bairro, cidade e muito menos no Brasil.
Estou perplexa e envergonhada!
Achava que as pequeninas iniciativas que apresentei durante toda a minha incentivando às pessoas a estudarem e buscarem maiores conhecimentos e qualidade de vida me fariam sentir orgulhosa como cidadã. Pois é, nada disso fez realmente diferença. Que pena!

1 de abril de 2008

Açougueiro? Cidadão!

Por Francisca Azevedo e adaptado por Luiza Helena

O fundador do Açougue Cultural T-Bone é Luiz Amorim, 41 anos. Luiz trabalhou como vigia e engraxate antes de ser contratado, aos 12 anos, por um pequeno açougue na 312 norte.
Durante o tempo em que morou nos fundos da loja, lia para passar o tempo. Acabou apaixonado pelos livros.
"Fui alfabetizado aos 16 anos, li meu primeiro livro aos 18 e depois comecei a ler muito."
"Meu primeiro livro foi um gibi de filosofia. Eu li e não entendi, mas achei interessante e aí comecei a ter essa compulsão pela leitura. Então, como eu morava no açougue e não tinha pra onde ir, eu fechava a loja e ia ler. E lia uma média de 10 a 15 livros por mês. O mundo mudou pra mim em todos os sentidos. Quando você faz uma coisa e se dá muito bem, você acredita que as pessoas fazendo também vão ser melhores. Foi aí que comecei essa campanha pra incentivar a leitura."
Quando, em 1994, os antigos donos do açougue resolveram vender a empresa, Luiz comprou e transformou a loja no primeiro açougue-biblioteca do mundo.
O acervo cresceu e quando beirava os 10 mil volumes, a vigilância sanitária interditou a loja. Considerou anti-higiênico que livros fossem acondicionados tão perto das carnes cruas.
Luiz Amorim diminuiu o acervo do T-Bone, mas não desistiu de sua biblioteca.
Em 2003 alugou duas lojas na SQN 712/13 e criou a ONG Projetos Culturais T-Bone. Encheu o espaço de estantes e, em pouco tempo, já contabilizava mais de 20 mil exemplares, além da excelente biblioteca, também uma Casa de Cultura, local de vários eventos culturais.

O quê eu posso fazer?

Pesquisando na Wikipédia olha o que aprendi:

Analfabeto funcional é a denominação dada à pessoa que mesmo tendo aprendido a decodificar minimamente a escrita, utiliza geralmente frases curtas e não desenvolve a habilidade de interpretação de textos.
Analfabeto funcional pode ser definido também como o individuo maior de quinze anos e que possui escolaridade inferior a quatro anos.
Segundo dados recentes (Instituto Paulo Montenegro), no Brasil o analfabetismo funcional atinge cerca de 75% da população, ou seja, somente 25% da população é alfabetizada plenamente.
Isso se deve à baixa qualidade dos sistemas de ensino (tanto público, quanto privado), ao baixo salário dos professores, à falta de infra-estrutura das instituições de ensino e à falta do hábito da leitura do brasileiro, ou até mesmo a falta de vontade do mesmo.
Em alguns países desenvolvidos esse índice é inferior a 10% (Suécia, por exemplo).
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Analfabetismo_funcional

25 de março de 2008

Amanhecendo e vivendo

A cada novo amanhecer meu coração se enche de alegria...
Melhores dias, cores, flores e talvez até amores...
Mesmo que ainda sofra os restos de nostalgia e frustração,
Creio que enquanto há vida a esperança permanecerá acesa!
Mesmo que neste momento ainda não possa perceber,
Sei que novos e melhores dias virão!

18 de março de 2008

A beleza está nos olhos de quem vê?

Uma mente cheia de sons, cores e livros pode sonhar como parábolas ou metáforas de uma vida possível?
Sonhos de longa metragem ou de seriados.
Imagens buscando ser contadas e ouvidas.
Certezas e incertezas em busca da verdade.
Palavras em busca de um autor.
Coragem de ser quem sou: apenas uma mulher que sonha e crê.

Sou grata pelo que vejo e desejo.
Coração de papel, sangue de tinta, dedos esferográficos.
Um sonho de liberdade e o medo de ser quem sou: apenas uma garotinha.
Dias melhores virão!

14 de março de 2008

Apenas um encontro!


Uma praça, um livro e um olhar.
Sentou-se ao meu lado um pouco antes de me perguntar se incomodava.
- "Bom dia! Posso me sentar aqui ao seu lado?"
Moreno, cabelo curto, porte atlético, vestido como jovem e aparentando pouca idade.
- "Você gosta mesmo de ler!"
Continuei minha leitura, como se nada tivesse me acontecido.

Me olhava como uma pessoa faminta olha um prato suculento; como o cão que observa um frango assado na vitrine assadeira. Negou tanta vezes estar interessado em mim, que quase me fez acreditar. Seu olhar guloso me inspirou a sensação de ser desejada, apesar do excesso de peso. Estou obesa e nem um pouco satisfeita com meu corpo atual. Me senti ruborizar cada vez que ouvia seus elogios. Como era falante o rapaz!
Um olhar firme e penetrante me convenceu de que ele estivesse realmente falando a verdade.
Nem adiantava continuar tentando manter minha atenção no livro...
Achei-o muito novo, por esse motivo lhe perguntei qual a idade que ele achava que eu tenho. Me deu uns vinte e poucos, neste momento eu retirei os óculos escuros e repeti a pergunta. Retribui o olhar fixamente para que me confirmasse a verdadeira idade. Percebi a surpresa no olhar dele enquanto falava:
- "Você parece ser mais madura, tipo uns trinta e poucos..."
Meu sorriso foi rapidamente substituído por uma gargalhada solta e gostosa que há muito eu não experimentava.
- "Que cor são os seus olhos? À primeira vista parecem castanhos, mas quando observados mais de perto, sob certa luz pode se ver o brilho e a cor que refletem. São cor de mel, a mesma cor dos meus! Com certeza! Temos alguma coisa em comum!"
Confessei meus 41 anos, enquanto ele se esforçava em explicar como estou conservada:
- "... Aos meus olhos você é muito interessante..."
Interrompi com uma pergunta:
- "Então você sente uma forte atração por coroas gordinhas?"
Não consegui segurar o riso enquanto ele gaguejava tentando me esclarecer sobre a verdadeira diferença entre "fofinha, gordinha e gorda".
Uma sensação relaxante percorreu todo o meu corpo, percebi um forte aquecimento central... Eu estava gostando (e muito!) de estar sendo cortejada por um jovem saudável que poderia ter a garota que quisesse. Neste momento, percebi a mudança de olhar e o movimento de cabeça ligeiramente disfarçado em direção à duas jovens e sensuais adolescentes que passavam pela praça. As moças nem podiam suspeitar do clima de sedução e ferormônios que nos rondavam naquele momento. Meu novo amigo percebeu que o vi acompanhando o andar das duas moças e iniciou rapidamente um discurso bastante eloquente sobre conteúdo e corpo, mente vazia e fútil e a maturidade de muita experiência de vida que no meu caso estariam despertando nele muito interesse, etc., etc. e tal!
Meu celular tocou como se me despertasse pra realidade da vida e minha curta aventura terminou antes que pudesse começar. Minha amiga estava confirmando minha presença pro almoço e dessa forma me despedi do jovem interlocutor, que ainda me olhava com face suplicante...
- "Apenas um beijo! Pra celebrar esse encontro!"

8 de março de 2008

Quem é a Mulher Brasileira?

Luiza Helena 
Uma sonhadora, lutadora, empreendedora, resiliente, persistente, vencedora, desbravadora, cientista, criativa, inovadora, revolucionária, trabalhadora, conquistadora, perseverante...
Queria ter palavras sufucientes e adequadas para listar todas as qualidades da mulher brasileira!
Precisaria de muito mais do que 365 dias para enumerar todo o talento e valor de cada uma!



Sinto orgulho de ser e de participar deste movimento de mobilização e valorização da mulher!
Acredito que a informação e a conscientização são ingredientes indispensáveis para fortalecer a imagem e a cultura, reconhecer nossos talentos naturais e principalmente, fazer justiça àquelas mulheres que nos dão diariamenrte exemplos de ousadia e coragem sendo ao mesmo tempo mulher, mãe e profissional, trabalhando para crescimento e desenvolvimento da família e desafiando crises, conflitos, limitações e dificuldades da sociedade brasileira.